Balanço 2018: abrandar ou a necessidade de sermos mais


Para os menos pacientes, cliquem aqui para ir directamente para as minhas listas de preferências deste ano.
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Desacelerar. A palavra a marcar um tempo presente, o meu. Seria fácil encarar tal decisão como capricho, vontade de ser do contra, ou mera revolta nesta era do atropelo de informação, de publicar e publicitar online tudo e mais alguma coisa de forma constante. Não. É uma necessidade. Isso reflectiu-se num diminuir das partilhas públicas em geral, maior ponderação, mas também devido a muito trabalho e actividade na sombra.


Se ponderarmos na ausência de férias a perdurar já há uns anos tanto da minha parte como da Patrícia, não será de espantar o nosso início do ano ter começado com uns parcos dias na ilha de São Miguel, nos Açores. Foram 450km em quatro dias. As memórias continuam frescas. Inúmeras vezes nos vimos isolados, a percorrer estradas acompanhados apenas pela natureza. Num desses momentos, enquanto o sol se punha, avistámos um conjunto de vacas a descansar num monte. O motor, forçado ao descanso, calou a sua voz.


2018 marcou a comemoração oficial dos oito anos de relação a unir-nos. Oito anos de muita cumplicidade, de lazer em pastos de um verde ofuscante como os do referido arquipélago, de trabalhar em conjunto para fins nem sempre claros, por uma vontade de fazer acontecer. Por vezes basta apenas isso. Um dos meus raros registos fotográficos em contexto de reportagem desde o nosso regresso a Portugal surgiu assim, quando a Patrícia organizou em Maio na Casa Fernando Pessoa, com a professora Maria Alzira Seixo, uma sessão emotiva dedicada à poesia e pessoa do escritor Mário Dionísio com direito a leituras, no final, por Jorge Silva Melo. E raro, também, por ser a cores. Podem visualizar as restantes imagens nesta ligação.


Enquanto não chega o novo livro em curso, previsto para 2019, a iniciativa das Edições Cellophane mostrou-se visível em aparições fugidias. Feiras específicas como o 4º aniversário do Village Underground Lisboa e, principalmente, na Ar.Co, acabariam por esgotar as impressões de algumas fotografias da minha autoria. A postura continua anti-comercial como o seu oposto, num sentido algo restrito do termo. As encomendas e artigos continuam disponíveis apenas através de mim, não aparecendo em lugar algum dos considerados habituais, tal como não sou apologista de lançamentos ou leituras públicas por razões já aqui explicitadas. Ao mesmo tempo, não me inibo de fazer publicidade regular de artigos da minha autoria, movendo-me por vários campos e plataformas digitais diferentes. Por agora faz-me sentido assim. Apesar de várias incertezas relacionadas com a publicação do novo livro (editado por outra editora, ou nas Edições Cellophane, campanha de angariação de fundos semelhante à dos livros anteriores, nada disto ou tudo, uma parceria, etc.), paralelamente à escrita vou criando algumas ideias de materiais promocionais. Podcasts exclusivos, postais substancialmente diferentes dos da colecção de 2016, marcadores… Segredos para revelar no futuro. Até lá, deixo-vos este vídeo com leituras maravilhosas na voz do nosso querido amigo, o escritor Daniel da Rocha Leite, de textos do livro Moléculas.


A nível de trabalho, 2018 foi um ano marcado pela colaboração com o Centro de Língua Portuguesa do Camões, I.P. em Budapeste e por convites para conceber websites. Mas antes de falar de ambos os casos tenho de referir a parceria com a 82.Digital, com direito à realização do logótipo em diferentes variantes de cor e do cartão, com o resultado final a deixar-me muito satisfeito.


O CLP de Budapeste tem sido presença regular na minha vida e este ano não foi diferente. Elaboração de cartazes e de outros conteúdos, manutenção e actualização da página oficial. O Centro celebrou em 2018 duas décadas de existência.


Regressemos aos websites. O primeiro, desenvolvido para a DKJ International, usa a mais recente versão 4 da estrutura bootstrap com imensos códigos personalizados de css, html e jquery. Algumas das suas características chave são a fluidez de toda a página, elementos pseudo 3D, animações, vídeo de abertura e o site ser totalmente responsivo, adaptando-se a diferentes resoluções e ecrãs.


O segundo, concebido (em conjunto com o logótipo) para o projecto de investigação Mapa Digital das Relações Literárias Ibéricas (1870-1930), pertencente ao Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, é um dos mais ambiciosos e complexos de todos os executados por mim até ao momento. Tudo começou pelo desejo da entidade em usar o wordpress como base para o site. Se isso apresentou, logo à partida, alguns desafios inerentes à tecnologia, a necessidade de a página ter opção para três idiomas (Português, Inglês, Espanhol) e um painel administrativo acessível à equipa para actualização de conteúdos, entre outros, instigou-me a criatividade para resolver problemas e chegar a uma solução. O resultado final é uma página com aspecto profissional e longe de parecer desenvolvida em wordpress. Os códigos personalizados de css, html e jquery são muitos, detalhes idem, desde o já habitual menu em pseudo 3D, ícones, animações, organização de toda a informação, painel de administração personalizado e respectivo acesso de segurança ao mesmo, etc. Um fruto de trabalho intenso.



Um terceiro website, iniciado em 2018 e desenvolvido na plataforma weebly, é um dos trabalhos em curso. Ainda é muito cedo para falar deste aparte a ideia de usar um menu vertical e capacidade para dois idiomas (Português, Inglês), mas se pensarmos na tecnologia e estruturas por detrás dos anteriores, bastante diferentes, o maior desafio reside na adaptação a todas.


E o futuro? Esta questão foi pairando ao longo do ano, até por alguns projectos e trabalhos em andamento. Neste campo, a novidade próxima de estar encarregue da projecção vídeo de uma peça de teatro a estrear em Março de 2019. Têm sido dias de investigação, de testes, de leituras. Mais pormenores em breve. Há o novo livro, claro, a terminar também no próximo ano. E no âmbito da fotografia, vou ponderando em ideias relacionadas com exposições, publicações e séries em constante evolução como a dos cemitérios já aqui referida ao longo dos anos. É uma área de incertezas, de término incerto. São milhares de imagens e a abordagem tem sofrido mutações com o tempo. Algumas fotografias têm, inclusive, versões diferentes, com outras ainda não cheguei a um resultado satisfatório.


2018 foi um ano produtivo, de muito trabalho na sombra. A minha postura, discreta, tende a contribuir para cimentar essa ideia de invisibilidade, afastado de holofotes. Mas este ano é marcado, também, pelo regredir gradual de valores, pela implosão iminente de sociedades, pelo aumento de extremismos aliados a eleições de governos e decisões políticas a condizer. Estados Unidos, Brasil, vários países europeus, a viragem indicia o retorno a períodos negros, à tendência da humanidade em funcionar por ciclos. Poderíamos falar de consumismo exacerbado, do culto da imagem e do ego, ou dos limites do capitalismo como causas prováveis, mas atendendo ao nosso historial como espécie, os limites parecem residir em nós, na nossa natureza. Com menos ou mais evolução tecnológica, os ciclos repetem-se. Guerras, manipulações mediáticas, injustiças sociais, inveja, ataques e desconfiança em relação ao outro a contrastar com a eterna desculpabilização (por opção) dos verdadeiros responsáveis do estado do mundo ou dos países. Não está fácil e a luta adivinha-se feroz. Por aqui, faremos a nossa parte e mantém-se a esperança de continuarmos a tentar oferecer alternativas, uma outra realidade. Uma vontade de sermos mais.

Resta-me agradecer novamente a tod@s. Votos de felicidade, muitas surpresas boas e energia positiva para 2019.

Como já é norma, segue-se a minha lista de preferências deste ano, por ordem alfabética. As minudências de ordem técnica neste artigo são muitas, com imensos códigos personalizados e imagens a condizer, de modo a facilitar todo o processo. Desta forma, para quem tiver interesse em saber mais, em ouvir alguma música ou ver um trailer, basta clicar no local respectivo e assim têm muito material para se entreterem ou por onde se inspirarem, sem precisarem de procurar. No caso dos temas em destaque na música podem contar, inclusive, com acesso a vídeos clicando em muitas das ligações.

Música | Álbuns (clicar nas imagens para ouvir)


Coffee Or Not - Hidden Floor

Indie/pop/rock de cariz alternativo a fazer lembrar os melhores momentos de uns Blonde Redhead. Ao quinto álbum, esta banda baseada em Bruxelas, na Bélgica, oferece-nos um dos melhores registos do ano. Melodias cativantes, ritmos invulgares, música para estimular o corpo e os sentidos.


Exitmusic - The Recognitions
--> OPINIÃO

«(...) Não só a atmosfera que paira sobre o disco é densa e negra, como a catarse dos registos anteriores dá lugar a um exorcismo pessoal, a uma necessidade de extrapolar os sentimentos e acontecimentos da vida do casal. (...)»


Kathryn Joseph - From When I Wake The Want Is
--> OPINIÃO

«(...) Porque é de beleza que falamos, de uma catarse inexplicável, trémula, a acompanhar a música que escutamos. Dá-nos significado. Os nossos alicerces fortalecem-se ao contrário do suposto. (...)»


Long Arm - Darkly

Electrónica experimental aliada a um piano com tendência para a melancolia. Ritmos quebrados. Elementos acústicos. A jornada proporcionada por este álbum foi uma das surpresas de 2018 e promete ser inspiração para tempos futuros.



Marva Von Theo - Dream Within A Dream
--> OPINIÃO

«(...) uma sonoridade electropop com várias influências, podendo-se escutar neste cocktail electrónico harmonias devedoras do jazz, darkwave, triphop, sons alternativos familiares dos anos 80, entre outras. (...)»


Sister Socrates - Sister Socrates
--> OPINIÃO

«(...) O álbum vive destes contrastes, oscilações entre sussurros bonitos e libertação, um bailado de emoções. É notório que aqui ainda reside o conceito de um disco com princípio, meio e fim (...)»


The Slow Readers Club - Build A Tower
--> OPINIÃO

«(...) Se é verdade que muitos dos temas puxam o corpo para a dança, outros prestam-se a exaltações de ordem diferente e, no cômputo geral, o disco transmite-nos uma energia positiva capaz de recarregar a mais teimosa das baterias. (...)»


Tomasz Mreńca - Peak

Estimulante, o novo álbum deste artista polaco oferece-nos um tapete ambiental beneficiado pela electrónica mais experimental onde sons de violino em loop, entre outros, transportam-nos para outras paragens.



Wendy Rae Fowler - Warped
--> OPINIÃO

«(...) As imagens na nossa mente multiplicam-se, isto é tão bom murmuro para dentro, a voz em soltura selvagem que nos prende a determinados momentos, os ritmos a impregnaram-se nas pernas. (...)


Whispering Sons - Image
--> OPINIÃO

«(...) É nesta altura que sentimos estar perante algo de especial, quando os olhos brilham e os sorrisos surgem no balancear das melodias, no dedilhar da guitarra, na cadência do baixo, na voz taciturna. (...)»


Música | Álbuns | Menções Honrosas (clicar nas imagens para ouvir)

A Place to Bury Strangers - Pinned
Anna von Hausswolff - Dead Magic
Blue Mountain Expansion - Lively, Restless
Boy is Fiction + Ghosts of Tyto Alba - A Single Beam of Light
Carousel Clouds - Tales of Coincidence --> OPINIÃO
Dentist - Night Swimming
Epic45 - Through Broken Summer
Esben and the Witch - Nowhere
Film School - Bright To Death
Firefriend - Yellow Spider
Ginevra - Death By Strobe --> OPINIÃO
Holygram - Modern Cults --> OPINIÃO
IAMX - Alive In New Light
Julia Kent & Jean D.L. - The Great Lake Swallows
Low - Double Negative
Mary's Flower Superhead - Wealth
Michelle Gurevich - Exciting Times
Nosound - Allow Yourself
Palm Ghosts - Architecture
Phantoms vs Fire - Swim
Preoccupations - New Material
Shriekback - Why Anything? Why This?
Starframes - Nicht Vergessen
Still Corners - Slow Air
Swoone - Handcuffed Heart --> OPINIÃO
Tango With Lions - The Light --> OPINIÃO
The Fog Ensemble - Throbs
The Noise Figures - Telepath
We Are Parasols - Inertia
Zinovia Arvanitidi - Ivory


Música | Temas (destaques dos discos)

Coffee Or Not - Salento --> OUVIR
Exitmusic - Trumpets Fade --> OUVIR
Kathryn Joseph - From When I Wake The Want Is --> OUVIR
Long Arm - Sleepy Bird --> OUVIR
Marva Von Theo - Secret Lover --> OUVIR
Sister Socrates - I'm A Light --> OUVIR
The Slow Readers Club - On the TV --> OUVIR
Tomasz Mreńca - Canada --> OUVIR
Wendy Rae Fowler - Plain Gold Ring --> OUVIR
Whispering Sons - Waste --> OUVIR

A Place to Bury Strangers - Frustrated Operator --> OUVIR
Anna von Hausswolff - The Mysterious Vanishing of Electra --> OUVIR
Blue Mountain Expansion - Let's Burn It Down --> OUVIR
Boy is Fiction + Ghosts of Tyto Alba - Dissolve --> OUVIR
Carousel Clouds - Invisible Lines --> OUVIR
Dentist - Night Swimming --> OUVIR
Epic45 - Outside --> OUVIR
Esben and the Witch - Golden Purifier --> OUVIR
Film School - Crushin --> OUVIR
Firefriend - Yellow Spider --> OUVIR
Ginevra - Dismay --> OUVIR
Holygram - A Faction --> OUVIR
IAMX - Mile Deep Hollow --> OUVIR
Julia Kent & Jean D.L. - Part Two --> OUVIR
Low - Dancing and Blood --> OUVIR
Mary's Flower Superhead - The Fall --> OUVIR
Michelle Gurevich - Way You Write --> OUVIR
Nosound - Don't You Dare --> OUVIR
Palm Ghosts - Love In Winter --> OUVIR
Phantoms vs Fire - Starfish --> OUVIR
Preoccupations - Disarray --> OUVIR
Shriekback - 37 --> OUVIR
Starframes - 1961 --> OUVIR
Still Corners - The Photograph --> OUVIR
Swoone - This Bullet Never Kills --> OUVIR
Tango With Lions - Proof Of Desire --> OUVIR
The Fog Ensemble - Lighthouse --> OUVIR
The Noise Figures - Lethargy --> OUVIR
We Are Parasols - Scoptophilia --> OUVIR
Zinovia Arvanitidi - Fluttering --> OUVIR


Música | Temas (outros)

Buildings and Food - Slow to Reverse --> OUVIR
Chasms - Divine Illusion --> OUVIR
Chelsea Uniqorn - Halls of Stars --> OUVIR
Daniel Land - Skindivers --> OUVIR
Darto - Everyday Actor --> OUVIR
Dose - Furniture --> OUVIR
Evi Vine - Sabbath --> OUVIR
Freedom Candlemaker - Astral Body --> OUVIR
Future Usses - What Is Anything --> OUVIR
Gliss - My Lie --> OUVIR
Grimes - We Appreciate Power --> OUVIR
Haiku Garden - Days, Dripping Away --> OUVIR
Japan Suicide - Blown Away --> OUVIR
Jonathan Bree - You're so Cool --> OUVIR
Let's Mars - Dedicated --> OUVIR
Lucia Luna - Origami --> OUVIR
Mogwai - We’re Not Done --> OUVIR
Mono - After You Comes the Flood --> OUVIR
Motorama - He Will Disappear --> OUVIR
Nostalgist - Present Tense --> OUVIR
Numb.er - A Memory Stained --> OUVIR
Ocoeur - Mother --> OUVIR
Ofeliadorme - Hands --> OUVIR
Opale - Sea Copy --> OUVIR
Poptone - Performance --> OUVIR
Searmanas - Undo --> OUVIR
Seven Saturdays - Vertigo --> OUVIR
Sextile - Disco --> OUVIR
Stonerpop - Physical Business --> OUVIR
Suumhow - Carne --> OUVIR
Talk To Her - Zodiac --> OUVIR
Tempers - Love at the Mall --> OUVIR
The Electric West - No Fangs --> OUVIR
The Twilight Sad - I/m Not Here [Missing Face] --> OUVIR
Virginia Wing - The Second Shift --> OUVIR

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Espectáculos ao vivo/Exposições

A Place to Bury Strangers - Concerto (RCA Club, Lisboa)
Whispering Sons - Concerto (RCA Club, Lisboa)

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Documentários
Dynasties

McQueen

Studio 54

The Bleeding Edge

The Road to Palmyra

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Televisão
Babylon Berlin

Billions - 3ª Temporada

Cobra Kai

Corporate

Escape at Dannemora

Homecoming

Kidding

Patrick Melrose

Sharp Objects

Silicon Valley - 5ª temporada

The Deuce - 2ª temporada

The Expanse - 3ª temporada

The Marvelous Mrs. Maisel - 2ª temporada

The Sinner - 2ª Temporada

Who Is America?

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Cinema
A Quiet Place

Anon

Roma

Shoplifters

The Kindergarten Teacher

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Livros

Czeslaw Milosz - A Mente Aprisionada (Cavalo de Ferro)
Apesar de escrito originalmente no início dos anos 50, a pertinência deste livro mantém-se. Nele discute-se a propensão e vulnerabilidade do ser humano perante regimes totalitários, de como a mente se molda, aceita e legitima o horror sob a falsa premissa de uma qualquer certeza. A ilusão de um futuro hipotético. -> Mais informações

Gisela Cañamero - Um Mosquito num Voo Baixo (Companhia das Ilhas)
«(...) Um pequeno livro apenas no número de páginas, 40, mas com toda uma vida lá dentro. Ou vidas, se quisermos ser mais exactos. A cadência particular dos versos volta a marcar presença nesta obra, a voz inconfundível da autora desnuda nas folhas que os dedos abraçam. A musicalidade do ritmo lembra-me o meu próprio, afinidades que não se explicam, sentem-se. (...) -> Mais informações

Jonathan Crary - 24/7. O Capitalismo Tardio e os Fins do Sono (Antígona)
Era de sobressaltos, da pressa de existir e consumo desenfreado. De aparências. O ego potenciado 24 horas por dia para tentar justificar uma relevância vã. Já aqui falei algumas vezes deste assunto. Tal como da necessidade de abrandarmos. Este livro vai mais longe e ensaia a teoria de como numa sociedade regida pelos valores de um capitalismo exacerbado, dormir afigura-se um dos maiores actos revolucionários possíveis. -> Mais informações

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