"Deixa-te ir, envolve-me com os teus braços, aquece-me com o teu colo e sente a maneira como as tuas mãos me acariciam a face.
Repara no sorriso com que fico, no brilho que emana dos meus olhos quando estou contigo e saboreia o momento.
Sim, apreciemos os bons tempos, para mais tarde recordarmos quando já não nos conhecermos realmente e tudo estiver perdido, para quando trocarmos distâncias, ausências e indiferenças, para quando deixarmos de ser uma união de químicas e passarmos a ser apenas mais duas pessoas que um dia se cruzaram.
Mais tarde, quando fingirmos que somos amigos após a ruptura, ou pensarmos que o somos, iremos olhar para trás e perguntar-nos onde estávamos com a cabeça porque gostamos de nos esquecer dos tais bons momentos.
Pensamentos negativos são tão mais fáceis e digeríveis, caso contrário não conseguimos enganar o nó no estômago com que ficamos ao pensar de maneira carinhosa na outra pessoa, do que fomos realmente e do que poderíamos ter sido.
Como tal, não me esqueças, nem nos esqueças, quando fomos realmente “aquilo”, pelo menos durante cinco minutos. Depois disso, de percebermos que afinal as coisas até podem resultar esporadicamente entre duas pessoas e de nos prepararmos para novas aventuras e paragens, podes apagar-me, não só da tua lista de contactos, como do resto, e quem sabe um dia possamos ambos ser felizes… longe um do outro."
Nuno Almeida, Lugares Comuns
2008, Textos Soltos
boomp3.com
Repara no sorriso com que fico, no brilho que emana dos meus olhos quando estou contigo e saboreia o momento.
Sim, apreciemos os bons tempos, para mais tarde recordarmos quando já não nos conhecermos realmente e tudo estiver perdido, para quando trocarmos distâncias, ausências e indiferenças, para quando deixarmos de ser uma união de químicas e passarmos a ser apenas mais duas pessoas que um dia se cruzaram.
Mais tarde, quando fingirmos que somos amigos após a ruptura, ou pensarmos que o somos, iremos olhar para trás e perguntar-nos onde estávamos com a cabeça porque gostamos de nos esquecer dos tais bons momentos.
Pensamentos negativos são tão mais fáceis e digeríveis, caso contrário não conseguimos enganar o nó no estômago com que ficamos ao pensar de maneira carinhosa na outra pessoa, do que fomos realmente e do que poderíamos ter sido.
Como tal, não me esqueças, nem nos esqueças, quando fomos realmente “aquilo”, pelo menos durante cinco minutos. Depois disso, de percebermos que afinal as coisas até podem resultar esporadicamente entre duas pessoas e de nos prepararmos para novas aventuras e paragens, podes apagar-me, não só da tua lista de contactos, como do resto, e quem sabe um dia possamos ambos ser felizes… longe um do outro."
Nuno Almeida, Lugares Comuns
2008, Textos Soltos
boomp3.com
11 comentar
Click here for comentar......... (...)... ena... tanta coisa ao mesmo tempo...
Reply..... hmmmmmmmm... acho que nem vale a pena dizer mais nada. Já disseste tudo.
É mesmo isso. Só que nem toda a gente tem coragem de o passar assim para fora e assumir as coisas tal e qual como elas são.
É mesmo como dizes 'Pensamentos negativos são tão mais fáceis e digeríveis'..
Muito bonito (sincero) Azel. :)
**
thx. :)
Replyolha, este deixou-me com uma lágrima no canto do olho...
Replydigno de se ter sempre à mão, para quando falham as palavras!
:'(
(Perfeito)
Sorry. +_+
ReplyObrigada. :)
(Tolinho...estás a pedir desculpa por escreveres bem?! É natural que as pessoas chorem com certas coisas...
ReplyLi um Livro"Diário da tua ausência" e chorei que nem uma maria madalena! Não te sintas mal por isso!)
:)
*blushes*
Reply:)
Hi!
ReplyFully felt and understood.
... A doce brutalidade do real
"Como tal, não me esqueças, nem nos esqueças...e quem sabe um dia possamos ambos ser felizes… longe um do outro."
... do inevitavel.
Corro o risco de me repetir, mas desta vez, talvez por haver uma maior identificação, tenho que escrever em letras bem grandes:
LINDO. E BEM ESCRITO. ;)
Até à próxima §
obrigada mais uma vez. :)
ReplyA expressão que usas, a brutalidade do real, acho que define um pouco esta minha fase actual e o que me move em certos aspectos. :)
Porém, o nome continua na lista de contactos só pela nostalgia do que foi vivido mesmo que o mail tenha sido raramente usado e nunca ter havido o atrevimento de telefonar. Mas o nome, esse, continua lá.
ReplyChega um momento em que os 'ses' são demasiados intimidantes para se pensar neles, além da dose de loucura a que te obrigam a ir.
Gostei muito deste teu texto, parabéns. :)
Pois... agora já estou toda baralhada. Tenho que começar a organizar-me. Comecei a comentar e responder lá por cima (1 Maio) e à medida que vou descendo enquanto saboreio os sons que escolheste vejo que há palavras para mim e a algumas quero retribuir...
ReplyDiz-me, talvez a forma + fácil seja activar o aviso por mail se houver respostas?
Claro que não deixo de vir aos comments pq a alegria, mistura de boa disposição+atrevimento+loucura+meiguice, da Liliana e da Soya fazem-me sempre sorrir.
*Worry* estarei a ficar blogodependente?!?
Bem, passando à frente.
Sobre a brutalidade do real e do inevitavel, por muito que se "doure a pílula", e atenção que eu acho imprescindivel fazê-lo (o sonho e fantasia fazem falta), as coisas são como são!
A questão está em conseguir encontrar e manter o equilíbrio entre saber reconhecer o que é real e não perder o sentimento de beleza que nos traz o sonho.
A brutalidade do reconhecimento do real chega quando se vive muito na fuga do sonho e se começam a confundir as realidades; pq cada um decide por si e há quem passe pela vida a dormir e a sonhar com os olhos abertos 24h sobre 24h... só que chega um dia em que é preciso interagir com os outros e... zás trás pás ... levas com o bofetão da realidade. - Waky Waky! Time to move on! Apanhas os cacos, juntas tudo bonitinho sem deixar cicatrizes à vista e segues caminho.
Era bom que pudesse haver um mundo em que o real fosse mais... justo, honesto, sem dissimulações (podia continuar a lista de adjectivos, mas deixo-te a tarefa de a completares conforme os teus valores!) Assim não sendo, resta-nos o sonho. Aí o limite é a imaginação de cada um e a resistência ao acordar -fincas bem os pés no chão, preparas-te para o embate, aguentas e segues em frente.
E coragem! pq já dizia o poeta que "o sonho comanda a vida"!
Até à próxima §
Lucia thx. E ya, acontece muito isso de deixarmos na mesma depois a pessoa na lista de contactos, nem que seja por uma espécie de respeito ou algo assim.
ReplyOs "ses" são mesmo de evitar, ou não vivemos os momentos e apenas as hipóteses, além de que ya, ainda damos em malucos no processo.
Sofia, isso do mail é capaz de ser o melhor. Eu faço isso pro meu site e para os posts noutros sites. É mais fácil para ires vendo onde existem respostas e comments novos. :)
Yep, chega uma altura que tens mesmo de encarar a realidade e seguir em frente, se bem que tenho a tendencia de sonhar muito, apesar de me considerar uma pessoa muito realista.
Sabes, por muito belo, e bom, que fosse o real ser mais justo, honesto e afins, acho que gosto mesmo dele assim brutal, porque muitas vezes precisamos mesmo de acordar assim de maneira repentina, como se nos tirassem o chão debaixo dos pés digamos assim.
Por acaso sinto que estou a chegar a mais uma fase de algumas mudanças. Acho que poderá ser bom, nem que seja porque ya, estagnar é morrer bla bla bla.
E sim, "o sonho comanda a vida", ou não fosse a base do meu caminho nesta vida. ;)
:)
ConversionConversion EmoticonEmoticon