02. Carve The Dirt
03. Ghost Words
04. Dust Hung Heavy
05. The Rule
06. Dead Air
07. Present State
08. Ruby Red
09. Weyoume
10. Charon
Voz, feminina, doce como o mel. O pecado escorre pelos nossos ouvidos debaixo de um tapete electrónico suave. Momentos ambientais, batidas quebradas, resquícios de uma era esquecida, quando o trip-hop era um dos fundamentos para a claustrofobia das sinapses. Por instantes, na luta entre a dissonância sonora, os ritmos sensuais e a vontade de começarmos a despir a roupa ao sabor da música, damos por nós a recordar a doçura vocal de uma Kate Bush. A floresta e a atmosfera de conto de fadas são aqui substituídas por impressionismos industriais, com as personagens desta história escondidas no fumo das cidades.
Os detalhes, as pausas, a necessidade de respirarmos o silêncio. Absorver este álbum requer toda a nossa atenção durante 40 minutos, caso contrário corremos o risco de dispersar e de a música se tornar pano de fundo apenas. ‘Dust Hung Heavy’, por sinal um dos melhores temas do disco, é a convocação perfeita para se perceber o que podemos esperar deste ritual. A cadência, muito própria, convida o corpo a mexer-se de maneira lânguida, uma quebra a meio para fazer entrar o som de um piano, o retomar da dança. Há algo de soturno que nos convida a descer e a olhar para o fundo de umas escadas que não existe.
Lançado pela Gizeh Records, ‘Contour Lines’ é mais uma peça do puzzle peculiar desta editora, que já nos trouxe algumas pérolas de cariz alternativo difíceis de classificar. Os Farewell Poetry misturam de maneira brilhante pós-rock com spoken word, os Glissando impressionam com os seus crescendos ambientais e dramáticos que nos arrepiam. No caso destes Shield Patterns, a electrónica glacial, abstracta e experimental, conduz-nos através das palavras femininas ondulantes. O único senão do álbum será apenas a sua coerência exemplar, faltando-lhe alguma variedade para os menos dados à concentração.
Os detalhes, as pausas, a necessidade de respirarmos o silêncio. Absorver este álbum requer toda a nossa atenção durante 40 minutos, caso contrário corremos o risco de dispersar e de a música se tornar pano de fundo apenas. ‘Dust Hung Heavy’, por sinal um dos melhores temas do disco, é a convocação perfeita para se perceber o que podemos esperar deste ritual. A cadência, muito própria, convida o corpo a mexer-se de maneira lânguida, uma quebra a meio para fazer entrar o som de um piano, o retomar da dança. Há algo de soturno que nos convida a descer e a olhar para o fundo de umas escadas que não existe.
Lançado pela Gizeh Records, ‘Contour Lines’ é mais uma peça do puzzle peculiar desta editora, que já nos trouxe algumas pérolas de cariz alternativo difíceis de classificar. Os Farewell Poetry misturam de maneira brilhante pós-rock com spoken word, os Glissando impressionam com os seus crescendos ambientais e dramáticos que nos arrepiam. No caso destes Shield Patterns, a electrónica glacial, abstracta e experimental, conduz-nos através das palavras femininas ondulantes. O único senão do álbum será apenas a sua coerência exemplar, faltando-lhe alguma variedade para os menos dados à concentração.
Site oficial: http://www.shieldpatterns.com/
Facebook: https://www.facebook.com/ShieldPatterns
Soundcloud: https://soundcloud.com/gizeh/sets/gzh55
Tem formação em multimédia, fotografia e jornalismo. Mas mais do que isso, tem mundos na cabeça e caleidoscópios de actividade criativa.
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