02. Good Times Don't Carry Over
03. Woman is Still a Woman
04. To Be With Others
05. Where Goes The Night
06. What Was Said
07. Nothing to Talk About
08. Blue Eyes Unchanged
09. Waltz #1
10. Let's Part in Style
“The greatest love
Both is and never was”
Quatro anos após o último álbum, as histórias de Chinawoman, carregadas de ironia, charme, corrosão e familiaridade, estão finalmente de regresso. O timbre particular da voz, a entoação, confessional e próxima, as melodias que tanto devem a baladas europeias dos anos 70 como a um qualquer filme invisível do qual somos protagonistas, a música desta artista de origem russa é muito própria.
‘Let’s Part In Style' é, provavelmente, o seu melhor disco até ao momento. Não se pense com isso que não adoro os dois anteriores, pelo contrário, mas este está, por agora, num outro patamar. A produção é uma das responsáveis, mas no final é a música em si, com especial ênfase na voz, que prevalece para nos fazer andar a cabeça à roda com imagens e ideias. Ainda estamos nós na terceira canção e já percorremos os terrenos sombrios do primeiro tema, dançámos com o ritmo contagiante de ‘Good Times Don't Carry Over’ (um dos grandes destaques) e vimo-nos dentro de um estranho baile nos Balcãs com a arritmia perturbada de ‘Woman is Still a Woman.’
As melodias peculiares continuam com ‘To Be With Others’, tema que já tinha sido revelado em 2012 em formato vídeo. A melancolia agridoce, o sintetizador que a dada altura acompanha a música, a guitarra, escutamos com atenção a voz, as palavras, estas narrativas íntimas. A passagem do tempo é um dos temas centrais do álbum, associado a relações amorosas disfuncionais ou à maneira como cada elemento de um casal lida com certas situações. O génio está depois na composição das músicas, a forma como as palavras saem dos lábios de Chinawoman e em todo o ambiente repleto de uma forte dose cinemática. ‘Where Goes The Night’ é outro dos perfeitos exemplos do que falo, em que temos um tema calmo, soturno, as palavras a escorrerem para dentro dos nossos ouvidos, uma pequena pausa e de repente estamos embalados pelas notas de uma guitarra que nos transforma em puro cinema.
“After what was said
I can't help but sleep with one eye open
The integrity of what we share
Is now unconvincing”
O drama acentua-se ainda mais quando chegamos a ‘Nothing to Talk About’. Tema muito dançável, com coro de vozes e direito, a dada altura, a uma secção de spoken word em francês e tudo, é a decadência a tocar-nos na pele, um charme glamoroso obscuro. Quase sentimos o copo de vinho na nossa mão, os cabarets fumarentos, a garrafa de vodka nos braços, sensação que perdura do início ao fim do disco.
Embarcar neste mundo requer uma disposição inerente à paixão por estes ambientes carregados de humor negro, sem medo de pianos tristes ou dos melodramas da vida. Grandioso, fantástico, decadente e absolutamente único, um universo que convida a explorações repetidas.
Both is and never was”
Quatro anos após o último álbum, as histórias de Chinawoman, carregadas de ironia, charme, corrosão e familiaridade, estão finalmente de regresso. O timbre particular da voz, a entoação, confessional e próxima, as melodias que tanto devem a baladas europeias dos anos 70 como a um qualquer filme invisível do qual somos protagonistas, a música desta artista de origem russa é muito própria.
‘Let’s Part In Style' é, provavelmente, o seu melhor disco até ao momento. Não se pense com isso que não adoro os dois anteriores, pelo contrário, mas este está, por agora, num outro patamar. A produção é uma das responsáveis, mas no final é a música em si, com especial ênfase na voz, que prevalece para nos fazer andar a cabeça à roda com imagens e ideias. Ainda estamos nós na terceira canção e já percorremos os terrenos sombrios do primeiro tema, dançámos com o ritmo contagiante de ‘Good Times Don't Carry Over’ (um dos grandes destaques) e vimo-nos dentro de um estranho baile nos Balcãs com a arritmia perturbada de ‘Woman is Still a Woman.’
As melodias peculiares continuam com ‘To Be With Others’, tema que já tinha sido revelado em 2012 em formato vídeo. A melancolia agridoce, o sintetizador que a dada altura acompanha a música, a guitarra, escutamos com atenção a voz, as palavras, estas narrativas íntimas. A passagem do tempo é um dos temas centrais do álbum, associado a relações amorosas disfuncionais ou à maneira como cada elemento de um casal lida com certas situações. O génio está depois na composição das músicas, a forma como as palavras saem dos lábios de Chinawoman e em todo o ambiente repleto de uma forte dose cinemática. ‘Where Goes The Night’ é outro dos perfeitos exemplos do que falo, em que temos um tema calmo, soturno, as palavras a escorrerem para dentro dos nossos ouvidos, uma pequena pausa e de repente estamos embalados pelas notas de uma guitarra que nos transforma em puro cinema.
“After what was said
I can't help but sleep with one eye open
The integrity of what we share
Is now unconvincing”
O drama acentua-se ainda mais quando chegamos a ‘Nothing to Talk About’. Tema muito dançável, com coro de vozes e direito, a dada altura, a uma secção de spoken word em francês e tudo, é a decadência a tocar-nos na pele, um charme glamoroso obscuro. Quase sentimos o copo de vinho na nossa mão, os cabarets fumarentos, a garrafa de vodka nos braços, sensação que perdura do início ao fim do disco.
Embarcar neste mundo requer uma disposição inerente à paixão por estes ambientes carregados de humor negro, sem medo de pianos tristes ou dos melodramas da vida. Grandioso, fantástico, decadente e absolutamente único, um universo que convida a explorações repetidas.
Site oficial: http://www.chinawoman.ca/
Facebook: https://www.facebook.com/Chinavoomen
Bandcamp: http://bazaar.chinawoman.ca/album/lets-part-in-style
Youtube: https://www.youtube.com/chinavoomen
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Tem formação em multimédia, fotografia e jornalismo. Mas mais do que isso, tem mundos na cabeça e caleidoscópios de actividade criativa.
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