01. Puzzles
02. Dare
03. Once I Was Pretty
04. Cry For Love
05. The Disappearance of My Youth
06. God Knows I Had Plans
07. Symmetry
08. Century
09. Whatever Saves Me
10. Bricks
No passado dia 10 de Outubro, pude ver pela segunda vez a banda em concerto e, novamente, existiu após o mesmo umas largas trocas de palavras, ideias e bons momentos entre a banda, eu e, neste caso, a minha amiga Sofia também. Surpreendentemente, ou não, nessa altura observámos que, aparentemente, mais ninguém fez o mesmo, estar ali a falar com a banda, notando-se uma aparente preocupação era em expulsar a mesma do Music Box no que toca às pessoas do espaço, para gáudio dos clientes habituais. É o que dá realizar concertos lá ao fim-de-semana está visto.
Mas ainda hoje me incomoda mesmo é o desprezo aparente que vislumbrei na relação entre as pessoas e a banda no final, deixando-me triste até, essa falta de partilhas, a insensibilidade e havia tanto para falar, desde este novo disco, ao concerto, à situação precária que uma banda por vezes se encontra para sobreviver apenas, às palavras e a música, claro, ou ambas as partes não fossem fãs incondicionais de música. Sendo assim, muito se falou de música, de Lisboa, do concerto, do ‘estado da nação’, de como a música pode mudar a vida de uma pessoa, da importância das coisas, de atitudes, num momento partilhado com os vários membros da banda, em que decidimos oferecer-lhes no final um ‘The Modern Painters’, com palavras e selecção musical da minha autoria e capas realizadas pela Liliana Lourenço, cujo traço foi logo reconhecido por uma das raparigas da entrada curiosamente, já que a capa de Setembro do Music Box tinha sido da Liliana. Só porque sim, ou porque genuinamente amámos o momento, as pessoas, culminados nos sorrisos finais mútuos, nas palavras de boa noite e votos de boa viagem.
Chegados a este ‘Islands’ (finalmente dirá alguém…), não será surpresa nenhuma dizer que é outro dos grandes discos deste ano, ou o tremendo single ‘Puzzles’ e o muito recomendável EP ‘Dare’, que precederam o lançamento do álbum não tivessem dado já sinais disso. Este último, além da faixa título, vinha acompanhado por outros dois momentos altos, entre eles a excelente ‘God Knows I Had Plans’ que também surge aqui no alinhamento do disco. Certo, é que o mesmo não se fica por aqui, muito pelo contrário, com alguns dos melhores temas a encontrarem-se escondidos ainda, como as tremendas ‘Symmetry’ (um dos temas do ano para mim) e ‘Century’, cuja combinação de seguida no álbum é difícil de bater, num registo que até aí já ia embalado para um lugar de destaque a nível pessoal. Quando acabarem de escutar os segundos finais de ‘Bricks’, 42 minutos depois, penso que será impossível não perceber o quanto especial pode ser este álbum.
Para um disco que teve um percurso atribulado, tendo em conta que a banda ficou a dada altura sem as gravações iniciais do mesmo por exemplo, obrigando-a a começar quase tudo do zero, o resultado final só provoca ainda mais um sorriso enorme e é disso que se trata, sorrir, uma alegria que se sente pela vida, o aceitar a passagem do tempo, do que ele nos traz. Até encontro aqui alguns paralelos no percurso dos também suecos Hearts of Black Science, em que o negro das capas dos primeiros álbuns de ambas as bandas dá lugar agora ao branco, a uma claridade e luminosidade que se sente tanto no trabalho gráfico dos discos como na música contida nos mesmos.
Apesar das influências de algumas correntes musicais dos anos 80, como a new wave e o pós-punk, em ‘Islands’ os Mary Onettes acentuam ainda mais a sua própria identidade, num sinal claro de maturidade de uma banda que lhes dá um lugar muito próprio no actual panorama musical. Um disco a consumir avidamente, sem reservas, prometendo ter um lugar ainda maior de destaque nas coisinhas que lá vou fazendo, entre elas as noites, como já deve ter dado para perceber nalgumas das playlists mais recentes ou na emissão de ontem na Zero, visto que o disco tem rodado aqui nonstop. Imperdível.
Myspace: http://www.myspace.com/themaryonettes
Vídeo para a faixa "Puzzles":
http://vimeo.com/6943092
02. Dare
03. Once I Was Pretty
04. Cry For Love
05. The Disappearance of My Youth
06. God Knows I Had Plans
07. Symmetry
08. Century
09. Whatever Saves Me
10. Bricks
No passado dia 10 de Outubro, pude ver pela segunda vez a banda em concerto e, novamente, existiu após o mesmo umas largas trocas de palavras, ideias e bons momentos entre a banda, eu e, neste caso, a minha amiga Sofia também. Surpreendentemente, ou não, nessa altura observámos que, aparentemente, mais ninguém fez o mesmo, estar ali a falar com a banda, notando-se uma aparente preocupação era em expulsar a mesma do Music Box no que toca às pessoas do espaço, para gáudio dos clientes habituais. É o que dá realizar concertos lá ao fim-de-semana está visto.
Mas ainda hoje me incomoda mesmo é o desprezo aparente que vislumbrei na relação entre as pessoas e a banda no final, deixando-me triste até, essa falta de partilhas, a insensibilidade e havia tanto para falar, desde este novo disco, ao concerto, à situação precária que uma banda por vezes se encontra para sobreviver apenas, às palavras e a música, claro, ou ambas as partes não fossem fãs incondicionais de música. Sendo assim, muito se falou de música, de Lisboa, do concerto, do ‘estado da nação’, de como a música pode mudar a vida de uma pessoa, da importância das coisas, de atitudes, num momento partilhado com os vários membros da banda, em que decidimos oferecer-lhes no final um ‘The Modern Painters’, com palavras e selecção musical da minha autoria e capas realizadas pela Liliana Lourenço, cujo traço foi logo reconhecido por uma das raparigas da entrada curiosamente, já que a capa de Setembro do Music Box tinha sido da Liliana. Só porque sim, ou porque genuinamente amámos o momento, as pessoas, culminados nos sorrisos finais mútuos, nas palavras de boa noite e votos de boa viagem.
Chegados a este ‘Islands’ (finalmente dirá alguém…), não será surpresa nenhuma dizer que é outro dos grandes discos deste ano, ou o tremendo single ‘Puzzles’ e o muito recomendável EP ‘Dare’, que precederam o lançamento do álbum não tivessem dado já sinais disso. Este último, além da faixa título, vinha acompanhado por outros dois momentos altos, entre eles a excelente ‘God Knows I Had Plans’ que também surge aqui no alinhamento do disco. Certo, é que o mesmo não se fica por aqui, muito pelo contrário, com alguns dos melhores temas a encontrarem-se escondidos ainda, como as tremendas ‘Symmetry’ (um dos temas do ano para mim) e ‘Century’, cuja combinação de seguida no álbum é difícil de bater, num registo que até aí já ia embalado para um lugar de destaque a nível pessoal. Quando acabarem de escutar os segundos finais de ‘Bricks’, 42 minutos depois, penso que será impossível não perceber o quanto especial pode ser este álbum.
Para um disco que teve um percurso atribulado, tendo em conta que a banda ficou a dada altura sem as gravações iniciais do mesmo por exemplo, obrigando-a a começar quase tudo do zero, o resultado final só provoca ainda mais um sorriso enorme e é disso que se trata, sorrir, uma alegria que se sente pela vida, o aceitar a passagem do tempo, do que ele nos traz. Até encontro aqui alguns paralelos no percurso dos também suecos Hearts of Black Science, em que o negro das capas dos primeiros álbuns de ambas as bandas dá lugar agora ao branco, a uma claridade e luminosidade que se sente tanto no trabalho gráfico dos discos como na música contida nos mesmos.
Apesar das influências de algumas correntes musicais dos anos 80, como a new wave e o pós-punk, em ‘Islands’ os Mary Onettes acentuam ainda mais a sua própria identidade, num sinal claro de maturidade de uma banda que lhes dá um lugar muito próprio no actual panorama musical. Um disco a consumir avidamente, sem reservas, prometendo ter um lugar ainda maior de destaque nas coisinhas que lá vou fazendo, entre elas as noites, como já deve ter dado para perceber nalgumas das playlists mais recentes ou na emissão de ontem na Zero, visto que o disco tem rodado aqui nonstop. Imperdível.
Myspace: http://www.myspace.com/themaryonettes
Vídeo para a faixa "Puzzles":
http://vimeo.com/6943092
6 comentar
Click here for comentarO Cd está muito bom, esse mérito ninguém o tira.
ReplyMas é a forma como o descreves, que nos prepara os ouvidos, tornando-se depois tudo mais intenso e mais bonito. **
Thx. :)
ReplyAcho que até exagero por vezes. :p
Vá lá que desta vez até existiu cabeça, inspiração e tempo para escrever sobre este disco, ao contrário do que tem acontecido noutros casos e áreas. :)
Não exageras.
Reply.. escreves com o mesmo sentimento com que ouves. ;) **
as palavras fazem-nos construir uma imagem da realidade, depois é só pinta-la ... com um traço ou uma nota musical,
Replyou
ao contrário,
sempre comunicando.
bonita a musica e o vosso dialogo
Excelente post! :)
ReplyÉ um álbum obrigatoriamente a digerir, sem dúvida.
abraço
Obrigado a ambos. :)
ReplyÉ bastante bom o disco, mesmo. :)
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