Wendy Rae Fowler - Warped (2018)

1. Hollow
2. This is not a Love Song
3. Lying in the Sun
4. Red Dust
5. Svengali
6. Volcanic
7. Plain Gold Ring
8. The Sound of My Heart
9. Run
10. Hollow Ground (exodus mix)





Artistas de culto, expressão habitual neste blogue. Desde a sua génese, este espaço tem recebido uma multitude de sugestões e apostas. Algumas delas até podem ser encaradas como verdadeiras campanhas de insistência que chegaram a extravasar estas paredes, encontrando pequenos refúgios em pistas de dança escondidas quando a minha actividade como dj era uma realidade. Wendy Rae Fowler é um desses casos. Ela chegou aqui em 2012, a relação intensificando-se em 2013 com um EP de 3 músicas sob um nome artístico diferente, Katie Cruel, após trocarmos algumas palavras. Mas na realidade, a primeira vez que ela surgiu neste blogue foi em 2009 como um dos membros do duo We Fell To Earth, responsável por um magistral disco homónimo que me fez ficar atento aos próximos passos dos músicos envolvidos. Chegados a 2018, após um longo período de gestação, percebemos que este álbum de estreia em nome próprio é não só imperdível, como algumas das suas ramificações são fruto desse percurso desenhado no passado.

“Svengali”, por exemplo, é não só um dos melhores temas do disco, como foi a primeira música que divulguei aqui, com a diferença de se chamar na altura “City City” e apresentar-se agora com uma roupagem bastante diferente. “Lying in the Sun” aparecia no registo de We Fell To Earth com o nome “Undone”, também substancialmente diferente. E, para dar outro exemplo destas ligações, a presença de Rich File em alguns arranjos neste disco, colaborador habitual de UNKLE e outra metade de We Fell To Earth. Se é verdade que isto pode ser encarado como meras curiosidades, ajuda igualmente a entender parte do trabalho envolvido até se chegar a este resultado final. Algumas faixas foram escritas, inclusive, nos anos 90, mudando radicalmente com o tempo.
As imagens na nossa mente multiplicam-se, isto é tão bom murmuro para dentro, a voz em soltura selvagem que nos prende a determinados momentos, os ritmos a impregnaram-se nas pernas.
“Hollow”, tema hipnótico que foi revelado, sensivelmente, em 2015, introduz-nos a um ambiente cinemático carregado de memórias. Entrar neste disco é olhar para as estrelas deitados num deserto ao som de Ennio Morricone, Pj Harvey, Massive Attack e Siouxsie and the Banshees, entre outras referências. As imagens na nossa mente multiplicam-se, isto é tão bom murmuro para dentro, a voz em soltura selvagem que nos prende a determinados momentos, os ritmos a impregnaram-se nas pernas. Rock experimental, pinceladas electrónicas alternativas, trip-hop, shoegaze, as indicações sonoras diluem-se nesta atmosfera particular. A cabeça junta-se às pernas, balançando suavemente.

Se no referido EP de três temas existia uma versão fantástica de “Golden Brown” dos Stranglers, em Warped podemos encontrar uma versão muito própria para “Plain Gold Ring” de Nina Simone, moldada aqui sob um espectro musical fantasmagórico que, como acontece com o resto do álbum, favorece e salienta as qualidades cinemáticas do conjunto.

Apesar de estarmos apenas em Abril, tenho sérias dúvidas de que algum disco ultrapasse em 2018 a jornada estimulante proporcionada por Warped. Em caso de dúvida, podem sempre escutá-lo, na íntegra, através da ligação para a página bandcamp que deixo abaixo ou no player respectivo. Obrigatório.

Página oficial: http://www.wendyraefowler.com
Facebook: https://www.facebook.com/WendyRaeFowler
Bandcamp: https://wendyraefowler.bandcamp.com/album/warped
Soundcloud: https://soundcloud.com/wendyraefowler
Spotify: https://open.spotify.com/album/4YqRNDRHyEfxU5vr6iHvpM
Instagram: https://www.instagram.com/wendyraefowler/

Músicas a destacar: Hollow, Lying in the Sun, Plain Gold Ring, Run, Svengali, This is not a Love Song