Aarte da ilustração digital tende a ser vista com desconfiança por parte dos mais puristas e conservadores, como aliás outras expressões artísticas em que a evolução tecnológica permitiu uma maior democratização no acesso às artes. É uma questão de perspectiva. Se ponderarmos nos custos, entre o equipamento e os programas, com a habilidade, técnica e mestria necessários para executar as obras, facilmente se percebe que certas discussões fazem pouco sentido. A diferença reside, em grande parte, nas ferramentas que cada um utiliza, mas o que fica são as obras e o impacto que elas podem ter sobre nós ou não. E isto, é o que me interessa em última instância.
Nascido na cidade de Varsóvia, na Polónia, em 1965, Jacek Kaczynski é um artista cujos trabalhos exibem uma tendência para o surreal e para o desconforto. Os ambientes, com predilecção pelo monocromático, misturam vários elementos. Os pormenores, espreitam a cada olhar mais aprofundado.
Por vezes assolam-nos memórias de filmes de terror ou de criaturas fantásticas como as que permeiam as obras do escritor H. P. Lovecraft. Noutras, sentimos que algumas das características menos positivas da natureza humana olham para nós em tom desafiador, como que a julgar-nos. É um sentimento opressivo.
Algumas das temáticas que Jacek Kaczynski (também conhecido pelo alterego ‘wuwejo’) explora poderão ser familiares para quem conhece o trabalho de outro artista polaco, Zdzisław Beksiński. Este último, sem grande surpresa, exerceu a sua influência em Kaczynski ou não fosse uma das grandes referências para inúmeros artistas, sejam eles digitais ou mais tradicionais. No entanto, o percurso que se pode observar em Kaczynski, actualmente, é muito seu e uma amálgama que bebe inspiração de várias fontes. Os trabalhos indescritíveis do Renascimento, em particular de Bosch, a luz de alguns pintores do Barroco, a realidade vista pelos Impressionistas e Pós-Impressionistas, o Cubismo, o Surrealismo, os cartazes e pintores da escola polaca... É a transformação da realidade pela mão do inconsciente e da inspiração, uma interpretação que, a espaços, também nos faz recordar de H.R. Giger.
A imperfeição é uma das características do trabalho de Kaczynski. Digo isto no sentido de nada parecer muito plástico ou artificial mas sim orgânico, com texturas, formas e um todo que resulta em obras cruas. Ao mesmo tempo, o efeito é tal que alguns trabalhos quase parecem fotografias pensadas ao pormenor.
Há toda uma fragilidade, um conceito de dúvida existencial da nossa condição humana, que também podemos observar aqui. Os olhos das personagens, tímidos e profundos, dão-nos algumas pistas. A estranha calma e sensação de paz que emana de muitos destes trabalhos, o que parece ser uma contradição tendo em conta o que temos à nossa frente, é outra característica vincada que nos desarma. Mistérios por descobrir.
Para quem desejar conhecer um pouco mais da obra deste artista, as ligações que deixo no final deste artigo para o site oficial e página Deviant Art são um bom ponto de partida. Negro, mas fantástico e incomodativo no melhor dos sentidos, Jacek Kaczynski é um talento a seguir para os amantes deste género de ambientes.
Nascido na cidade de Varsóvia, na Polónia, em 1965, Jacek Kaczynski é um artista cujos trabalhos exibem uma tendência para o surreal e para o desconforto. Os ambientes, com predilecção pelo monocromático, misturam vários elementos. Os pormenores, espreitam a cada olhar mais aprofundado.
Por vezes assolam-nos memórias de filmes de terror ou de criaturas fantásticas como as que permeiam as obras do escritor H. P. Lovecraft.Inspiradas pela pintura, cinema, fotografia e literatura, as obras deste artista polaco tanto exibem uma atmosfera etérea como algo saído dos recônditos mais negros da mente. As interpretações pendem para o infinito e nunca existe uma resposta óbvia perante o que estamos a ver. A realidade é um conceito à mercê das sensações, do que sentimos na hora, dos simbolismos que encontramos. Sonhos, pesadelos ou algo intermédio e sem definição, as possibilidades dependem unicamente de nós.
Por vezes assolam-nos memórias de filmes de terror ou de criaturas fantásticas como as que permeiam as obras do escritor H. P. Lovecraft. Noutras, sentimos que algumas das características menos positivas da natureza humana olham para nós em tom desafiador, como que a julgar-nos. É um sentimento opressivo.
Algumas das temáticas que Jacek Kaczynski (também conhecido pelo alterego ‘wuwejo’) explora poderão ser familiares para quem conhece o trabalho de outro artista polaco, Zdzisław Beksiński. Este último, sem grande surpresa, exerceu a sua influência em Kaczynski ou não fosse uma das grandes referências para inúmeros artistas, sejam eles digitais ou mais tradicionais. No entanto, o percurso que se pode observar em Kaczynski, actualmente, é muito seu e uma amálgama que bebe inspiração de várias fontes. Os trabalhos indescritíveis do Renascimento, em particular de Bosch, a luz de alguns pintores do Barroco, a realidade vista pelos Impressionistas e Pós-Impressionistas, o Cubismo, o Surrealismo, os cartazes e pintores da escola polaca... É a transformação da realidade pela mão do inconsciente e da inspiração, uma interpretação que, a espaços, também nos faz recordar de H.R. Giger.
A imperfeição é uma das características do trabalho de Kaczynski. Digo isto no sentido de nada parecer muito plástico ou artificial mas sim orgânico, com texturas, formas e um todo que resulta em obras cruas. Ao mesmo tempo, o efeito é tal que alguns trabalhos quase parecem fotografias pensadas ao pormenor.
Há toda uma fragilidade, um conceito de dúvida existencial da nossa condição humana, que também podemos observar aqui. Os olhos das personagens, tímidos e profundos, dão-nos algumas pistas. A estranha calma e sensação de paz que emana de muitos destes trabalhos, o que parece ser uma contradição tendo em conta o que temos à nossa frente, é outra característica vincada que nos desarma. Mistérios por descobrir.
Para quem desejar conhecer um pouco mais da obra deste artista, as ligações que deixo no final deste artigo para o site oficial e página Deviant Art são um bom ponto de partida. Negro, mas fantástico e incomodativo no melhor dos sentidos, Jacek Kaczynski é um talento a seguir para os amantes deste género de ambientes.
Site oficial: http://www.wuwejo.pl/
Deviant Art: http://wuwejo.deviantart.com/
Tem formação em multimédia, fotografia e jornalismo. Mas mais do que isso, tem mundos na cabeça e caleidoscópios de actividade criativa.
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