"Afastada das tirinhas do tecido cortado com delicadeza, ali vai ela, flutuante, acessórios estendidos em desordem na mesa, tesoura com pedaços dançantes de cabelo, agulha prateada, notas dispersas, asas ao abandono.
Câmara lenta, os passos são-nos cegos, de ritmos dedilhados a giz em tabuletas de criança e canções entoadas em murmúrios, ao ouvido, no preto manchado de branco, ardem-nos na pele, incandescente, aos bocadinhos, doces, mágoas pintadas a carvão, fôlegos perdidos, tão longe, lá bem no fundo, do seu perfume de inalcançável."
Nuno Almeida, Ecos de Gravidade, 2010
Câmara lenta, os passos são-nos cegos, de ritmos dedilhados a giz em tabuletas de criança e canções entoadas em murmúrios, ao ouvido, no preto manchado de branco, ardem-nos na pele, incandescente, aos bocadinhos, doces, mágoas pintadas a carvão, fôlegos perdidos, tão longe, lá bem no fundo, do seu perfume de inalcançável."
Nuno Almeida, Ecos de Gravidade, 2010
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