"Rodeada de esqueletos e fantasmas dos quais te recusas separar, estás em festa, vestida de branco como se de uma virgem se tratasse, singela na cor mas perversa nos motivos, onde os olhos que nos fixam não mentem quanto aos teus intuitos de nos devorares vivos.
Tens como objectivo tornar-te vulgar, rendida na confusão de quem não se sabe exprimir, criando-se encantos de cada vez que tentas chegar um pouquinho mais perto de ti, afastando-te ao mesmo tempo de quem não queira fazer o mínimo esforço para escalar um pedaço das tuas muralhas. És uma flor que se despedaça nesse castelo à medida que o tempo passa, perdida na exaustão da procura, brilhando não de noite, quando a lua ousa sair, mas sim quando alguém surge do nada para te abanar os alicerces e fazer-te perceber a tua essência, de pessoa bela, bonita, vulgar e tão própria, tão diferente, tão tu…
És nada, e tudo."
Nuno Almeida, Retratos, 2009
Tens como objectivo tornar-te vulgar, rendida na confusão de quem não se sabe exprimir, criando-se encantos de cada vez que tentas chegar um pouquinho mais perto de ti, afastando-te ao mesmo tempo de quem não queira fazer o mínimo esforço para escalar um pedaço das tuas muralhas. És uma flor que se despedaça nesse castelo à medida que o tempo passa, perdida na exaustão da procura, brilhando não de noite, quando a lua ousa sair, mas sim quando alguém surge do nada para te abanar os alicerces e fazer-te perceber a tua essência, de pessoa bela, bonita, vulgar e tão própria, tão diferente, tão tu…
És nada, e tudo."
Nuno Almeida, Retratos, 2009