Tengai

Editora: Psikyo
Ano: 1996

Sistemas: Arcade, Saturn, PS2

Outras sugestões dentro do mesmo género: Gynoug, Thunder Force IV, Chuka Taisen, R-Type, Progear, Boogie Wings, In The Hunt, Parodius










Tendo em conta o actual panorama sócio/político/cultural do nosso país, a imagem acima faz-me sorrir. Se ponderarmos no detalhe que o nome lá escrito pertence ao animal fofo, vulgo lémure, que acompanha a personagem feminina, as coisas tomam proporções ainda mais caricatas.

Shoot’em up jogado na perspectiva horizontal, ou em nome dos velhos tempos e usando palavras no belo do português, jogo de tirinhos, Tengai dá-nos a opção de escolha entre cinco personagens base, cada uma com o seu final e com outras características não menos importantes. Cada uma tem o seu tipo de disparo próprio, que pode ser mais potente mas direccionado apenas em frente, como mais fraco mas mais abrangente por exemplo, assim como cada personagem tem a sua própria mascote pessoal, também elas com o seu tipo de características e disparos próprios.



Tal como noutros jogos desta companhia de culto, infelizmente já falecida, muito da mecânica e sucesso passa pelo uso que damos ao botão de disparo. Martelando no mesmo disparamos normalmente, enquanto que deixá-lo pressionado activa o uso momentâneo da nossa mascote, a qual muitas vezes tem um poder de fogo exagerado, mas que ao mesmo tempo deixa-nos vulneráveis no processo até ser desactivada, ou então porque tem um raio de alcance curto e só funciona com eficácia perto dos inimigos.

A junção das duas técnicas de disparo e conhecer quando as activar acaba por dar uma estratégia algo diferente aos procedimentos, assim como conhecermos a fundo cada uma das personagens e mascotes que as acompanham, já que cada uma adapta-se a diferentes estilos de jogo. De notar que existe um segundo botão, destinado a activar as vulgares bombas ultra poderosas que destroem tudo no ecrã durante escassos segundos e que pautam pela sua escassez, logo há que saber quando as usar também.



Os níveis não são muito grandes, mas a sua dificuldade é considerável. O charme deste jogo, além do vício inerente à mecânica descrita no parágrafo anterior, encontra-se na direcção de arte, que passa tanto pelas áreas que percorremos como pelo design dos inimigos que defrontamos pelo caminho. Estes saem um pouco da norma do que era habitual na altura e lembram, por vezes, o saudoso Gynoug na Mega Drive, para quem por acaso o conhecer, se bem que muito mais politicamente correcto em relação a esse exemplo.