Série de TV (Anime)
(2006)
13 episódios
Obras semelhantes, ou para os apreciadores de:
Basilisk, Shigurui, Claymore, Tekkon Kinkreet, Romeo x Juliet, Mind Game, Kaiba, Dead Leaves, The Tatami Galaxy
Uma história de amor bizarra com a chancela do realizador Masaaki Yuasa, responsável por outras obras fora do comum como Cat Soup, Mind Game ou Kaiba. Em Kemonozume existem dois grupos rivais, nomeadamente a organização secreta que dá pelo nome de Kifuuken, um grupo de samurais que se dedica a exterminar os membros do outro grupo, os Shokujinji. Estes últimos são uma raça canibal de humanos, que se transformam em monstros quando ficam demasiado excitados ou quando não conseguem conter a sua vontade de se alimentarem.
À semelhança do que observamos em obras como o clássico Romeu e Julieta, duas personagens pertencentes a cada um dos grupos irão apaixonar-se perdidamente à primeira vista. Toshihiko Momota, líder dos Kifuuken, e Yuka, uma rapariga adorável e carismática que é, ao mesmo tempo, um Shokujinji.
A dinâmica e o desenvolvimento da relação entre ambas as personagens é deliciosa, com diversos momentos de comédia associados aos momentos mais físicos entre elas. Quanto mais Yuka se excita, mais depressa ela se transforma, impedindo assim que culminem o acto sexual sem recorrerem a métodos mais extremos. A animação, deveras original, contribui para ficarmos colados ao ecrã e será familiar para quem conheça outros trabalhos deste realizador.
Por vezes, o bizarro e a alucinação de alguns detalhes nos episódios lembra-nos certas obras do realizador David Lynch, tal o inesperado e a sua descontextualização no momento. Esta criatividade febril é outro ponto forte, se bem que algumas vezes o limite do aceitável é quase ultrapassado e entra-se em terrenos perigosos que roçam a perversão. Aconselha-se por isso um espírito liberal e mente aberta na hora de enfrentar esta série.
A violência visual é algo a ter em conta para quem é mais susceptível, tanto pela coragem exibida na junção de elementos arrojados, como pela própria força de várias sequências. Sejam as mais sexuais, como as que envolvem lutas entre os grupos rivais ou as que envolvem torturas a personagens, é perfeitamente normal sentirmo-nos desconfortáveis em determinados momentos. Uma das mensagens que se pode retirar de Kemonozume, é a de que o amor é bonito e transcendente quando vivido intensamente e sem vergonha de assumir a sexualidade latente associada a ele. Outra é o desejo intenso de autodestruição que a humanidade tem dentro de si, com a série a não se poupar a esforços para nos mostrar ambas as vertentes.
A maneira como toda a narrativa nos é apresentada é, sem dúvida, diferente da norma. E depois dos créditos finais, a sensação que prevalece é ficarmos sem saber muito bem o que acabámos de ver. Será que esta história acabará em tragédia como outras do género, ou será que isto tem um final feliz? A resposta a essa pergunta não será de todo conclusiva.
Um misto entre acção, romance, terror, comédia e um tipo de humor bastante negro, Kemonozume surpreende pela positiva. Com um aspecto visual arrojado, único e muito gráfico, esta série mostra-nos não só a força do amor na sua natureza mais selvagem e arrebatadora, mas também o desejo que temos em viver, que tantas vezes é a razão que nos leva a seguir em frente mesmo que tudo nos pareça perdido, irremediavelmente imperfeito e sem solução.
(2006)
13 episódios
Obras semelhantes, ou para os apreciadores de:
Basilisk, Shigurui, Claymore, Tekkon Kinkreet, Romeo x Juliet, Mind Game, Kaiba, Dead Leaves, The Tatami Galaxy
Uma história de amor bizarra com a chancela do realizador Masaaki Yuasa, responsável por outras obras fora do comum como Cat Soup, Mind Game ou Kaiba. Em Kemonozume existem dois grupos rivais, nomeadamente a organização secreta que dá pelo nome de Kifuuken, um grupo de samurais que se dedica a exterminar os membros do outro grupo, os Shokujinji. Estes últimos são uma raça canibal de humanos, que se transformam em monstros quando ficam demasiado excitados ou quando não conseguem conter a sua vontade de se alimentarem.
À semelhança do que observamos em obras como o clássico Romeu e Julieta, duas personagens pertencentes a cada um dos grupos irão apaixonar-se perdidamente à primeira vista. Toshihiko Momota, líder dos Kifuuken, e Yuka, uma rapariga adorável e carismática que é, ao mesmo tempo, um Shokujinji.
A dinâmica e o desenvolvimento da relação entre ambas as personagens é deliciosa, com diversos momentos de comédia associados aos momentos mais físicos entre elas. Quanto mais Yuka se excita, mais depressa ela se transforma, impedindo assim que culminem o acto sexual sem recorrerem a métodos mais extremos. A animação, deveras original, contribui para ficarmos colados ao ecrã e será familiar para quem conheça outros trabalhos deste realizador.
Por vezes, o bizarro e a alucinação de alguns detalhes nos episódios lembra-nos certas obras do realizador David Lynch, tal o inesperado e a sua descontextualização no momento.Os cenários e fundos, de excelente recorte, exibem um traço cru e rude. Os movimentos das personagens seguem a mesma linha e são como um soco no estômago aos menos habituados a estas coisas. Digamos que a animação em Kemonozume pode custar a digerir nos primeiros instantes. O todo chega a parecer feio, mas é isso e o jogo de contrastes de cor, entre outros pormenores, que torna o mundo da série num misto entre o ultra surreal e o brutalmente real.
Por vezes, o bizarro e a alucinação de alguns detalhes nos episódios lembra-nos certas obras do realizador David Lynch, tal o inesperado e a sua descontextualização no momento. Esta criatividade febril é outro ponto forte, se bem que algumas vezes o limite do aceitável é quase ultrapassado e entra-se em terrenos perigosos que roçam a perversão. Aconselha-se por isso um espírito liberal e mente aberta na hora de enfrentar esta série.
A violência visual é algo a ter em conta para quem é mais susceptível, tanto pela coragem exibida na junção de elementos arrojados, como pela própria força de várias sequências. Sejam as mais sexuais, como as que envolvem lutas entre os grupos rivais ou as que envolvem torturas a personagens, é perfeitamente normal sentirmo-nos desconfortáveis em determinados momentos. Uma das mensagens que se pode retirar de Kemonozume, é a de que o amor é bonito e transcendente quando vivido intensamente e sem vergonha de assumir a sexualidade latente associada a ele. Outra é o desejo intenso de autodestruição que a humanidade tem dentro de si, com a série a não se poupar a esforços para nos mostrar ambas as vertentes.
A maneira como toda a narrativa nos é apresentada é, sem dúvida, diferente da norma. E depois dos créditos finais, a sensação que prevalece é ficarmos sem saber muito bem o que acabámos de ver. Será que esta história acabará em tragédia como outras do género, ou será que isto tem um final feliz? A resposta a essa pergunta não será de todo conclusiva.
Um misto entre acção, romance, terror, comédia e um tipo de humor bastante negro, Kemonozume surpreende pela positiva. Com um aspecto visual arrojado, único e muito gráfico, esta série mostra-nos não só a força do amor na sua natureza mais selvagem e arrebatadora, mas também o desejo que temos em viver, que tantas vezes é a razão que nos leva a seguir em frente mesmo que tudo nos pareça perdido, irremediavelmente imperfeito e sem solução.
2 comentar
Click here for comentarFiquei curiosa com o que me contaste acerca desta série.. :D
ReplyVou querer ver! :p :p :p :p
**
É um pouco surreal e forte em certas partes, mas vale a pena. :)
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