Por ironia do destino, acabou por ser este concerto que tive oportunidade de ver de maneira inesperada a tornar-se um dos melhores que pude assistir este ano. Não referindo nomes em específico, um convite, praticamente do nada e em cima da hora, se estaria interessado em ver este concerto, foi como tudo começou, e lá partimos em dia de chuva e frio para a Aula Magna.
Já lá vão 10 anos desde que os Mercury Rev lançaram o clássico álbum “Deserter’s Songs”, que conheceu alguma popularidade por cá, muito por culpa do uso de uma das faixas para uma campanha da Optimus (salvo erro), sendo interessante de constatar como os tempos mudam, ao verificar-se a diferença abismal da afluência de público para este concerto em relação ao que se verificou, por exemplo, com os The National este ano na mesma sala, que tiveram lotação esgotada e fila enorme para se poder entrar. Mas talvez por isto tudo e o que se passou minutos depois lá dentro, é que esta noite se tornou ainda mais especial.
Sem termos estado neste concerto, é impossível de perceber lá muito bem o que aconteceu, mas sem dúvida tivemos uma banda em topo de forma, e uma comunhão interessante de sensações onde existiu um certo celebrar da vida em todo o espectáculo, onde música e imagem, e até uma certa teatralidade, fundiram-se várias vezes de maneira perfeita. As projecções de vídeo ofereceram realmente momentos em que era difícil não ficarmos de boca aberta em conjunto com o que se passava no palco, onde não foram poucas as vezes em que a banda juntava várias canções e improvisava momentos catárticos, onde só encontro paralelo em algumas actuações dos meus caros The Young Gods.
Paisagens subaquáticas de uma beleza extrema, com mantas, tartarugas e sei lá que mais, paisagens cósmicas, pássaros a bailar no ar, explosões de cor, bailarinas a dançarem por cima de formações de átomos e frases famosas que iam surgindo ocasionalmente na tela ao fundo do palco, os nossos olhos iam tentando absorver as imagens ao sabor da música, numa experiência sensorial difícil de descrever.
Era notório que até o público muitas vezes nem sabia muito bem como reagir ao que se passava, onde tentava algumas palmas tímidas para depois parar repentinamente ao perceber que afinal a música em si ainda não tinha parado, ou porque o momento pedia mais introspecção do que propriamente histerismo. Os Mercury Rev estavam a brindar a audiência com uma viagem sonora e visual surreal, e melhor ainda, estavam nitidamente a divertir-se no processo, verificando-se isso ainda mais no final, nos agradecimentos sentidos ao público após duas horas de uma actuação memorável. Eu próprio fiquei como que hipnotizado em várias alturas, a tentar digerir o que se estava a passar, assim como a óptima surpresa que estava a ser esta noite.
No meio disto tudo, destaque óbvio para o vocalista Jonathan Donahue, senhor de uma voz e figura peculiar, e cujos movimentos teatrais e delicados encaixavam que nem uma luva na ambiência de conto de fadas que por vezes surge na música da banda, que contrastava de maneira excelente com as fases em que parecia que a Aula Magna ia explodir com a violência sonora dos crescendos de alguns temas, à mistura com as imagens e jogo de luz exemplar. Como se toda a surpresa desta noite já fosse pouca, a banda acabou a primeira parte do concerto, antes do encore, com uma versão deveras peculiar de ‘Once In A Lifetime’ dos Talking Heads, que me deixou nitidamente wtf?, e a pensar ao mesmo tempo para mim próprio que esta noite estava a ser linda.
No final, e após o público despedir-se da banda com uma grande ovação de pé, ficaram os sorrisos estampados na cara, eu incuído, de quem sentiu que assistiu a algo de muito especial nesta noite. Um muito obrigado mais uma vez em relação ao convite e bilhetes, tu sabes quem és. ;)
PS: Fotos retiradas do myspace da banda.
Já lá vão 10 anos desde que os Mercury Rev lançaram o clássico álbum “Deserter’s Songs”, que conheceu alguma popularidade por cá, muito por culpa do uso de uma das faixas para uma campanha da Optimus (salvo erro), sendo interessante de constatar como os tempos mudam, ao verificar-se a diferença abismal da afluência de público para este concerto em relação ao que se verificou, por exemplo, com os The National este ano na mesma sala, que tiveram lotação esgotada e fila enorme para se poder entrar. Mas talvez por isto tudo e o que se passou minutos depois lá dentro, é que esta noite se tornou ainda mais especial.
Sem termos estado neste concerto, é impossível de perceber lá muito bem o que aconteceu, mas sem dúvida tivemos uma banda em topo de forma, e uma comunhão interessante de sensações onde existiu um certo celebrar da vida em todo o espectáculo, onde música e imagem, e até uma certa teatralidade, fundiram-se várias vezes de maneira perfeita. As projecções de vídeo ofereceram realmente momentos em que era difícil não ficarmos de boca aberta em conjunto com o que se passava no palco, onde não foram poucas as vezes em que a banda juntava várias canções e improvisava momentos catárticos, onde só encontro paralelo em algumas actuações dos meus caros The Young Gods.
Paisagens subaquáticas de uma beleza extrema, com mantas, tartarugas e sei lá que mais, paisagens cósmicas, pássaros a bailar no ar, explosões de cor, bailarinas a dançarem por cima de formações de átomos e frases famosas que iam surgindo ocasionalmente na tela ao fundo do palco, os nossos olhos iam tentando absorver as imagens ao sabor da música, numa experiência sensorial difícil de descrever.
Era notório que até o público muitas vezes nem sabia muito bem como reagir ao que se passava, onde tentava algumas palmas tímidas para depois parar repentinamente ao perceber que afinal a música em si ainda não tinha parado, ou porque o momento pedia mais introspecção do que propriamente histerismo. Os Mercury Rev estavam a brindar a audiência com uma viagem sonora e visual surreal, e melhor ainda, estavam nitidamente a divertir-se no processo, verificando-se isso ainda mais no final, nos agradecimentos sentidos ao público após duas horas de uma actuação memorável. Eu próprio fiquei como que hipnotizado em várias alturas, a tentar digerir o que se estava a passar, assim como a óptima surpresa que estava a ser esta noite.
No meio disto tudo, destaque óbvio para o vocalista Jonathan Donahue, senhor de uma voz e figura peculiar, e cujos movimentos teatrais e delicados encaixavam que nem uma luva na ambiência de conto de fadas que por vezes surge na música da banda, que contrastava de maneira excelente com as fases em que parecia que a Aula Magna ia explodir com a violência sonora dos crescendos de alguns temas, à mistura com as imagens e jogo de luz exemplar. Como se toda a surpresa desta noite já fosse pouca, a banda acabou a primeira parte do concerto, antes do encore, com uma versão deveras peculiar de ‘Once In A Lifetime’ dos Talking Heads, que me deixou nitidamente wtf?, e a pensar ao mesmo tempo para mim próprio que esta noite estava a ser linda.
No final, e após o público despedir-se da banda com uma grande ovação de pé, ficaram os sorrisos estampados na cara, eu incuído, de quem sentiu que assistiu a algo de muito especial nesta noite. Um muito obrigado mais uma vez em relação ao convite e bilhetes, tu sabes quem és. ;)
PS: Fotos retiradas do myspace da banda.
2 comentar
Click here for comentar:) Foi de facto um concerto muito bom.
ReplyNem eu esperava tal coisa, já que no dia do concerto me virei para um amigo a perguntar 'Quem é que são os Mercury Rev afinal??' e lá fui eu investigar no Youtube... :p
Gostei bastante. :)
Obrigada também pelo bilhete/convite. :)
Valeu a pena. :)
**
Foi uma bela surpresa, em todos os sentidos, e até o dia chuvoso e cinzento parece ter encaixado bem. :D
ReplyConversionConversion EmoticonEmoticon