"...The truth lives with you
But no peace, no closure"
boomp3.com
"Dificuldades, cansaços, a chuva que bate na janela cria sons distintos, histórias escondidas, com as gotas que escorrem pelo vidro a transformarem-se em palavras diante de nós.
Os meus amigos, tal como as notas que ecoam por esta sala, dizem-me que tudo depende de mim, que tudo está na minha cabeça e que se quiser, tudo irá passar. Mas não passa, nunca…
Dói-me a cabeça, imersa nesta encruzilhada de dúvidas, dividida entre casos platónicos masoquistas que tenho perfeita consciência que não levam a lado nenhum e a minha condição de ter de assumir responsabilidades visto que a adolescência já lá vai há muito. A vida é uma batalha penso cá para mim, no meio das imensas futilidades que me corroem o pensamento e a habilidade de fazer algo por mim, porque sim, eu sei que se quisesse mesmo, mas mesmo, eu até seria capaz de viver, de ser uma mulherzinha. Mas sinceramente, muito sinceramente, não quero, porque gosto de me sentir rebelde, porque gosto de remar contra a corrente, porque até gosto de ser como sou, assim, apenas eu, e só eu.
Há quem me chame egoísta, que só penso em mim, mas não é isso que todos temos de fazer no fundo? No final, não temos de pensar em nós primeiro e só depois nos outros? Não é isso a vida, tentarmos fazer algo de nós próprios?
Portanto, consoante os pontos de vista e as más línguas diversas, por um lado sou egoísta, por outro sou uma gaja que se recusa a crescer e encarar a realidade. Jesus, decidam-se! Não que eu queira saber o que pensam, mas ao menos decidam-se em relação a mim, ao que eu sou, já que me mandam também ser decidida para mim própria.
Confusa, confusa, tão confusa, em que nada faz sentido em termos práticos, mas em termos psicológicos tudo é lógico, tudo é verdadeiro, tudo sou eu, tudo é essência, tudo é aquilo que quero que seja.
Sim, eu sou eu, e tu, és tu?"
Nuno Almeida, Lugares Comuns, 2008
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But no peace, no closure"
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"Dificuldades, cansaços, a chuva que bate na janela cria sons distintos, histórias escondidas, com as gotas que escorrem pelo vidro a transformarem-se em palavras diante de nós.
Os meus amigos, tal como as notas que ecoam por esta sala, dizem-me que tudo depende de mim, que tudo está na minha cabeça e que se quiser, tudo irá passar. Mas não passa, nunca…
Dói-me a cabeça, imersa nesta encruzilhada de dúvidas, dividida entre casos platónicos masoquistas que tenho perfeita consciência que não levam a lado nenhum e a minha condição de ter de assumir responsabilidades visto que a adolescência já lá vai há muito. A vida é uma batalha penso cá para mim, no meio das imensas futilidades que me corroem o pensamento e a habilidade de fazer algo por mim, porque sim, eu sei que se quisesse mesmo, mas mesmo, eu até seria capaz de viver, de ser uma mulherzinha. Mas sinceramente, muito sinceramente, não quero, porque gosto de me sentir rebelde, porque gosto de remar contra a corrente, porque até gosto de ser como sou, assim, apenas eu, e só eu.
Há quem me chame egoísta, que só penso em mim, mas não é isso que todos temos de fazer no fundo? No final, não temos de pensar em nós primeiro e só depois nos outros? Não é isso a vida, tentarmos fazer algo de nós próprios?
Portanto, consoante os pontos de vista e as más línguas diversas, por um lado sou egoísta, por outro sou uma gaja que se recusa a crescer e encarar a realidade. Jesus, decidam-se! Não que eu queira saber o que pensam, mas ao menos decidam-se em relação a mim, ao que eu sou, já que me mandam também ser decidida para mim própria.
Confusa, confusa, tão confusa, em que nada faz sentido em termos práticos, mas em termos psicológicos tudo é lógico, tudo é verdadeiro, tudo sou eu, tudo é essência, tudo é aquilo que quero que seja.
Sim, eu sou eu, e tu, és tu?"
Nuno Almeida, Lugares Comuns, 2008
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4 comentar
Click here for comentar*Sim, eu sou eu!*
ReplyBEM... que estalo!
+_+
Já li, e reli, e ouvi... e pensei muitas coisas...
talvez amanhã comente, ou não!
§
Eu até me deitei cedo, naquela de descansar, mas depois resolvi ir fazer algo para comer e well... acabou por sair algo, e só depois disso lá fui tentar dormir.
ReplyIsto nem era uma das histórias que tinha na cabeça, mas ya, saiu-me, e agora tenho tanto o texto como as músicas a martelarem-me a cabeça... *_*
Pois, foste comer e... nasceu-te um txt... posso chamar-lhe literatura comestível? hehehe! (estou a plagiar uma amiga ao utilizar o conceito, mas para ela é o que lê enquanto come, enquanto tu comes e crias histórias) - eu sempre achei que mastigar era um acto interessantíssimo - ora cá temos uma nova aplicação prática: Mastigo logo crio! ;)
ReplyA música da Emilie é bela.
Inspira; o crepitar de fundo; ela diz/canta e quase se vêem as cinzas e faúlhas no ar, rodopiando... belo.
§
ahahah, mastigo logo crio... Sure, why not. :p
ReplyAinda ontem estava a ouvir a faixa da Emilie novamente, e sempre que chega aquela parte final do "ahhh ahhh ahh"... jesus, que até arrepia. Uma mistura de sentimentos meio fúnebres, de algo que morreu, à mistura com uma beleza tremenda, e que da morte nasce algo também. Ou então isto sou eu já a fazer filmes como costume.
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