"Dá-me a tua mão e vem… não comigo, mas contigo.
Dá-me os teus olhos e faz-me ver algo que seja, um pedaço não de ti, mas de mim.
Quero-te, num acto perfeitamente egoísta para me sentir melhor, mas também porque gosto de ti e de nos ver juntos, assim como estamos, onde não é preciso comunicarmos sequer para alguém perceber que estamos juntos nisto, neste mistério e neste trilho sem fim à vista.
Dá-me a tua verdade, o que tu és realmente e paremos de brincar, de nos esconder um do outro.
Dá-me aquilo que ambos procuramos há tanto tempo, nesta imensidão de desencontros e encontros, nestas teias construídas pela nossa vontade de resistirmos ao que essencialmente queremos mas que mesmo achando parece que gostamos de manter os olhos fechados para elas.
Portanto, toma lá os meus olhos também e abre-me a porta, faz-me ver algo do que eu sou realmente, pois já é hora de achar o meu caminho também, e quero que sejas tu a faze-lo.
Dá-me, dá-me, dá-me, sei que estou a ser exigente contigo, mas tem de ser assim quando queremos dar tudo a alguém e porque não gosto de dar metades, pedacinhos, vislumbres ou pequenas coisas apenas. Não, gosto de dar tudo, de exprimir-me, de dançar, de oferecer a minha essência, de perder-me no meio de ti e destes encantos que no momento nunca me parecem fugazes ou efémeros.
Sim, quero dar-te tudo, e tu, que tens para me oferecer afinal?"
Nuno Almeida, Lugares Comuns
2008, Textos Soltos
boomp3.com
Dá-me os teus olhos e faz-me ver algo que seja, um pedaço não de ti, mas de mim.
Quero-te, num acto perfeitamente egoísta para me sentir melhor, mas também porque gosto de ti e de nos ver juntos, assim como estamos, onde não é preciso comunicarmos sequer para alguém perceber que estamos juntos nisto, neste mistério e neste trilho sem fim à vista.
Dá-me a tua verdade, o que tu és realmente e paremos de brincar, de nos esconder um do outro.
Dá-me aquilo que ambos procuramos há tanto tempo, nesta imensidão de desencontros e encontros, nestas teias construídas pela nossa vontade de resistirmos ao que essencialmente queremos mas que mesmo achando parece que gostamos de manter os olhos fechados para elas.
Portanto, toma lá os meus olhos também e abre-me a porta, faz-me ver algo do que eu sou realmente, pois já é hora de achar o meu caminho também, e quero que sejas tu a faze-lo.
Dá-me, dá-me, dá-me, sei que estou a ser exigente contigo, mas tem de ser assim quando queremos dar tudo a alguém e porque não gosto de dar metades, pedacinhos, vislumbres ou pequenas coisas apenas. Não, gosto de dar tudo, de exprimir-me, de dançar, de oferecer a minha essência, de perder-me no meio de ti e destes encantos que no momento nunca me parecem fugazes ou efémeros.
Sim, quero dar-te tudo, e tu, que tens para me oferecer afinal?"
Nuno Almeida, Lugares Comuns
2008, Textos Soltos
boomp3.com
Tem formação em multimédia, fotografia e jornalismo. Mas mais do que isso, tem mundos na cabeça e caleidoscópios de actividade criativa.
14 comentar
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ReplyEstá tão bonito. Muito... que dizer mais?... está bonito. Muito bonito. Bonito. Muito. Muito bonito. Bonito está muito. Muito bonito está.
Bonito... muito.
:)
**
:)
Reply*blushes*
Obrigada, a culpa é da música..., e não só. ;)
;) pois deve ser da música deve...
ReplyO 'não só' é da Primavera né?
Esta primavera que não se sabe quando acaba! Aiai.. :) malandra.. :)
**
Não diria da Primavera mas...quem sabe ela tenha alguma influencia também. :)
ReplySó gostava de perceber porque é egoísta.
ReplyBom dia!
ReplyNoite passada li o teu post "Dar e Receber".
Li... reli... treli, fumado um cigarro voltei a ler.
Absorvi e processei emoções.
Decidi não comentar.
Fui dormir.
Esta manhã regressei para ouvir as últimas músicas... e não resisto:
"...porque não gosto de dar metades, pedacinhos, vislumbres ou pequenas coisas apenas. Não, gosto de dar tudo, de exprimir-me, de dançar, de oferecer a minha essência, de perder-me no meio de ti e destes encantos que no momento nunca me parecem fugazes ou efémeros."
...vejo-me nas tuas palavras.
até me apetece sublinhar algumas, que é um hábito que eu não tenho e até brinco com quem o faz! :)
Teaser: este texto é o reflexo de quem és? ou tás feito puppet master a manobrar os fios da vida de mais uma personagem? ou ambas as coisas, pq várias vidas todos temos (vamos aprendendo com os gatos!)?
Fantástica a música dos Kent, não conhecia. Simbiose interessante, se não a tivesse ouvido este comentário não existiria. o som soltou-me as teclas da emoção!
Que tal a noite de ontem?
Descrição espera-se ;)
Até à próxima §
Concordo com a lúcia..Porquê egoista?
ReplySerá por causa da forma como o outro te faz sentir?
Er...já sei, porque o amor é um acto puramente egoista...quando estás com alguem é porque te sentes bem com essa pessao, porque és feliz com essa pessoa...mas assim que passa tudo acaba, mesmo que o utro goste de ti, não continuarás com ele só porque gosta de ti.
É isso?
Bem, adorei, escreveste na perfeição o que tanto quero dizer a alguém, mas por alguma razão, as palavras não me saiam, não desta forma, tão nitida e simples! :)
Mais um texto para ter á mãopara qd as palavras falharem!
Continua. :)
Lucia e soya, porque muitas vezes o amor, as relações, podem ser isso. Gostas da pessoa mas ao mesmo tempo estás ali porque isso te faz sentir bem, porque é "necessário" ao teu bem estar, porque nem pensamos às vezes na outra pessoa, mas sim que queres estar com ela pelo que isso te faz sentir só a ti. Enfim. ;)
ReplyObrigada mais uma vez. ^_^
Sofia, todos os meus textos têm sempre algo de mim. ;) Mas sim, acaba por ser uma mistura entre partes do que sou e as tais personagens, a tal fronteira muito tenue entre o que é/foi real, e observações e ideias que me vêm à mente.
Apesar do texto poder contar uma história que não é a minha, essas palavras que destacas podem bem servir para me descrever quando me sinto o suficientemente confiante com outra pessoa. :)
E este foi escrito enquanto ouvia a música dos Kent em repeat (porque me vi com ela mais uma vez antes da noite de dia 1 sabe-se lá porquê), ao mesmo tempo que absorvia algumas conversas que tive momentos antes.
Ver se falo um pouco da noite de ontem, e meto aqui a playlist do que decidi tocar, em que esta faixa teve de aparecer claro está. ;)
Alô!
ReplyPronto...assim está melhor! Afinal parece que não sou a única a ouvir músicas em repeat. ;)
Quase até a uma exaustão hipnótica...
Sabe tão bem, não é?
Até à próxima §
Yep sabe, se bem que a Nina não acha lá muita piada quando me dá pra isso. :p
ReplyAlgumas vezes a culpa é do media player, que decide começar a tocar algo do nada aleatoriamente, comigo a ficar com os olhos brilhantes no momento.
É uma mistura entre essa exaustão hipnótica e uma espécie de obsessão depois, em que não consegues parar de ouvir a música até esgotares tudo o que ela te possa provocar na altura. :)
Pois... obrigado pela dica de usar o mail, é bem mais fácil assim. :)
ReplyA Nina torce os bigodes... ! os meus leos ficam todos felizes quando me vêm a dançar. E mesmo quando estou parada, só numa de curtir vezes sem conta o mesmo som, se o meu sentimento é positivo e colorido tipo "real Happiness" eu acho que eles sentem, ficam de bigodes arrebitados e olhos atentos, e quando se rasa a melancolia ficam mais perto e nesses momentos o Sr.Leo normalmente chega-se mais e enrrosca-se nas minhas pernas.
Quse que dá para ver a imagem, não é?
Muito soninho agora...
Vou dormir embalada pelo som dos The Mary Onettes.
Dorme bem tu também :)
Até à próxima§
A minha gata fica com um olhar tipico de wtf, quando me dá para dançar ou mover apenas os braços e mãos, tipo *ok, passou-se coitado*. :p
ReplyEu acho que eles acompanham-nos bastante nos nossos estados de espírito. Quando estou a ouvir certas coisas, ela quase que parece que fica assim num estado de paz impossível de descrever, enquanto que nos momentos mais down ya, enrosca-se ainda mais que o normal a mim. :)
E yep, quase que dá para visualizar. ^_^
Obrigada e dorme bem também, e boa escolha de som heheh. Ainda não sei bem qual será a minha opção para quando for fazer o mesmo. :)
Soya Toya e Azelpds,
Replyas vossas palavras deixaram-me siderada. Se é assim, compreendo porque é egoísta. Mas Soya Toya, por vezes as palavras não precisam de sair assim, tão perfeitas, basta um olhar ou um gesto para que tu e a outra pessoa as saibam, talvez como se fossem ditas, só que ditas em silêncio.
Agora que penso nisto um pouco mais, uma pessoa que conheço é que costumava focar-se muito nisto das relações serem um acto de egoismo. Hmm...
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