Our house...it's a house that moves...

Ver os Young Gods ao vivo é sempre algo de especial, não só pela energia que a banda transmite ao vivo, como por acontecer uma espécie de reunião de pessoas de todos os tipos, feitios e idades, numa espécie de comunhão difícil de descrever.

No passado dia 16, voltaram mais uma vez ao nosso país, desta feita em formato acústico para surpresa de muitos fãs, criando-se uma mistura entre espectativa e curiosidade para ver o que saia dali.

Tendo em conta a banda que é, era mais que esperado que isto não fosse um concerto acústico banal ou muito "normal", não só porque as faixas dos Young Gods vivem originalmente muito das máquinas em termos de composição, como pela postura da banda em seguir sempre o seu caminho muito particular, o que levava mais uma vez à curiosidade de como muitas músicas ficariam em formato acústico, e até se isso seria possível.
Num concerto em pleno cinema São Jorge, o ambiente era profundamente intimista, com o jogo de luzes simples e eficaz a ajudar a criar um ambiente que se queria especial. Aos primeiros acordes uma espécie de ansiedade e tremor percorreu o meu corpo, a preparar-me para a viagem sensorial que iria acontecer ali. Se músicas como Our House, Gasoline Man, Freedom, She Rains, Longue Route, Skinflowers (já no encore), ganharam uma vida própria neste novo formato, o momento de catarse aconteceu a meio do concerto, em que a banda cola a sua faixa Gardez Les Esprits com a Ghost Rider dos Suicide, num momento altamente psicadélico em que naqueles 10/15 minutos as pessoas foram transportadas para fora daquele cinema. Brutalissimo e impossível de descrever sem estar-se lá.
O concerto acabaria em beleza com a faixa Stay With Us do recente Super Ready/Fragmente, em que o vocalista Franz Treichler falou mais uma vez com o público para ficarmos com eles, que nos adora e que já lá vão 18 anos desde a primeira vez que nos visitaram. Antes do concerto ainda pude falar por breves instantes com Franz, e oferecer-lhe na brincadeira um flyer para a noite de som de dia 24, gesto que agradeceu, perguntando até se iria ser em Lisboa essa noite. Ficou a promessa de regressarem a Portugal em 2008, desta feita para concertos em formato normal, aka eléctrico como ele disse brincando.

Adorei defitivamente a experiência, e no caminho para casa sentia que todo eu sorria, quase tipo puto, por poder viver momentos como os desta noite de 16 de Novembro no São Jorge.

Stay With Us...:)