Do movimento



Desacelerar. A palavra foi aparecendo por aqui, impondo-se de maneira subtil até o silêncio ser uma constante. Largos períodos de nada. Ilusões. Quando o movimento não é visível dá-se esse fenómeno de morte anunciada quando não se participa no caos do conteúdo constante, das partilhas sem respirar. Há uns anos era o oposto, fazia sentido dessa forma, deitar tudo cá para fora, sem abrandar, no espaço virtual e no físico. O mundo, perdoem-me o cliché, era diferente. Eu também. Ou o olhar era outro. Mas os sinais de mudança já subsistiam, de existências em segredo, de pedaços a brotar para surgirem apenas no momento certo. O movimento continua cá, seja em pequenas actualizações nos espaços por onde me movo e resido, ou nas sinapses em ebulição permanente com vontade própria. Por vezes basta um vídeo como este, a junção da música com imagem, para tudo fazer sentido.