Durante as noites de Inverno, sonho que sou atropelada pelos meus amigos na maior avenida da cidade. O corpo desliza aos trambolhões pela neve e os turistas registam o momento com audácia fotográfica. É uma reunião de família.
Nunca digas o que sentes. As palavras são a desordem, o símbolo máximo de quem pensa, evita ser um perigo para a realidade conhecida. Recordo com um pequeno torcer de lábios os tempos em que os meus pais me preparavam para o mundo. Aprendi a ser menina na primeira vez que me emocionei, quando compliquei o que era simples, os braços, tombados, não sabiam como reagir ao quente da água nas pernas magras. Qual o porquê das pequenas gotas que se formavam na pele? Foi assim que começaram as insónias, a imaginar que ao meter um dos braços para cima o chuveiro tornar-se-ia o meu par no baile das expectativas. Adoro ser dúbia. Mulher.
Sempre senti que as estátuas são a maior representação desta natureza que nos conquista e que nos forma enquanto pessoas. A mistura de emoções, as dicotomias entre o sério, mordaz, sensual, negro, erótico, tenebroso, amo fronteiras esbatidas, o não percebermos com totalidade o que temos à nossa frente. Isto da feminilidade é um mistério que nos apaixona até aos limites do fanatismo. Os meus dedos, quentes, em permanente regozijo, bem o sabem.
Nunca digas o que sentes. As palavras são a desordem, o símbolo máximo de quem pensa, evita ser um perigo para a realidade conhecida. Recordo com um pequeno torcer de lábios os tempos em que os meus pais me preparavam para o mundo. Aprendi a ser menina na primeira vez que me emocionei, quando compliquei o que era simples, os braços, tombados, não sabiam como reagir ao quente da água nas pernas magras. Qual o porquê das pequenas gotas que se formavam na pele? Foi assim que começaram as insónias, a imaginar que ao meter um dos braços para cima o chuveiro tornar-se-ia o meu par no baile das expectativas. Adoro ser dúbia. Mulher.
Sempre senti que as estátuas são a maior representação desta natureza que nos conquista e que nos forma enquanto pessoas. A mistura de emoções, as dicotomias entre o sério, mordaz, sensual, negro, erótico, tenebroso, amo fronteiras esbatidas, o não percebermos com totalidade o que temos à nossa frente. Isto da feminilidade é um mistério que nos apaixona até aos limites do fanatismo. Os meus dedos, quentes, em permanente regozijo, bem o sabem.
Nuno Almeida
Contos do Tirano
2012
Brincar com os olhos postos no infinito. Imperativo.
Guardar [MP3, ZIP] Duração [54:00] Data: 04-12-2012
Playlist:
01. Odawas - Caesar And Cleo
02. Dominique A. - Par Les Lueurs
03. Bullets in Madison - Statement
04. Azoora - A Few Thousand More
05. Me.Man.Machine. - Wasted Heart
06. PNDC & housework - The Buzz
07. Andy Whitaker - Man
08. Kitchens Of Distinction - Innocent
09. Malory - Want You
10. Velvet Glacier - Domino
11. Nosaj Thing - Eclipse/Blue
12. R.roo - To Drops
13. Primal Scream - Long Life
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