Inaugurou ontem à noite, no Spock Café Bar, a exposição fotográfica WOMEN | Out of focus, de Patrícia Infante da Câmara.
"Depois da estreia no Centro de Cultura e Intervenção Feminista, em Alcântara, no âmbito da celebração de Novas Cartas Portuguesas (1972) de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, este conjunto de 18 fotografias viaja agora até à Rua de São Bento (nº34), junto à Assembleia, onde assentará arraiais durante 15 dias.
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«Mulheres: gostava da cor das suas roupas; do modo como andavam; a crueldade de alguns rostos; de quando em quando, a beleza quase perfeita dum rosto, encantadoramente feminino.» (Mulheres, Charles Bukowski, 1978)
A narrativa neste conjunto de fotografias percorre e desafia, a espaços, a dicotomia entre a crueldade e a beleza encantadora, associada a uma imagética do feminino onde as formas e os contornos se esbatem numa atmosfera nebulosa ou, amiúde, se evaporam ou deixam absorver pela escuridão envolvente.
A monocromia carregada, um ponto de focagem suave e difuso, texturas que, mais do que adornar, integram de forma activa o enquadramento e condicionam toda a composição: tornam-se elementos orgânicos com os quais se ensaiam, juntamente com os humanos, estas experiências de aproximação às noções de movimento e a uma certa abordagem escultural da figura feminina.
Seguimos o trilho da vida adulta de uma mulher, acompanhamos as oscilações de ritmo e intensidade, emprestamos uma maior carga dramática à espuma dos dias e chegamos a um ponto confluente entre a mediania e a sublimação artística – balançamos na linha ténue que separa e, ao mesmo tempo, aqui, une o drama e o acaso. Nanossegundos do dia-a-dia são imortalizados na forma de um primeiro acto teatral, em que as emoções e vivências quotidianas são encenadas sob uma luz espectral que reveste as silhuetas femininas de uma dimensão fantasmagórica.
As figuras desfocadas (out of focus) surgem no decurso de uma busca pela subjectividade, que extravasa o registo documental e onde a realidade e a crueza de um “point and shoot” são esticadas e distorcidas até ao ponto em que todas as portas da análise e da percepção ficam abertas.
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Temos o prazer de vos convidar à contemplação, nesta que é a casa mais interestelar de Lisboa.
A probabilidade de adquirir uma destas 18 fotografias a um preço simbólico é elevadíssima, e a de ouvir boa música também."
"Depois da estreia no Centro de Cultura e Intervenção Feminista, em Alcântara, no âmbito da celebração de Novas Cartas Portuguesas (1972) de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, este conjunto de 18 fotografias viaja agora até à Rua de São Bento (nº34), junto à Assembleia, onde assentará arraiais durante 15 dias.
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«Mulheres: gostava da cor das suas roupas; do modo como andavam; a crueldade de alguns rostos; de quando em quando, a beleza quase perfeita dum rosto, encantadoramente feminino.» (Mulheres, Charles Bukowski, 1978)
A narrativa neste conjunto de fotografias percorre e desafia, a espaços, a dicotomia entre a crueldade e a beleza encantadora, associada a uma imagética do feminino onde as formas e os contornos se esbatem numa atmosfera nebulosa ou, amiúde, se evaporam ou deixam absorver pela escuridão envolvente.
A monocromia carregada, um ponto de focagem suave e difuso, texturas que, mais do que adornar, integram de forma activa o enquadramento e condicionam toda a composição: tornam-se elementos orgânicos com os quais se ensaiam, juntamente com os humanos, estas experiências de aproximação às noções de movimento e a uma certa abordagem escultural da figura feminina.
Seguimos o trilho da vida adulta de uma mulher, acompanhamos as oscilações de ritmo e intensidade, emprestamos uma maior carga dramática à espuma dos dias e chegamos a um ponto confluente entre a mediania e a sublimação artística – balançamos na linha ténue que separa e, ao mesmo tempo, aqui, une o drama e o acaso. Nanossegundos do dia-a-dia são imortalizados na forma de um primeiro acto teatral, em que as emoções e vivências quotidianas são encenadas sob uma luz espectral que reveste as silhuetas femininas de uma dimensão fantasmagórica.
As figuras desfocadas (out of focus) surgem no decurso de uma busca pela subjectividade, que extravasa o registo documental e onde a realidade e a crueza de um “point and shoot” são esticadas e distorcidas até ao ponto em que todas as portas da análise e da percepção ficam abertas.
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Temos o prazer de vos convidar à contemplação, nesta que é a casa mais interestelar de Lisboa.
A probabilidade de adquirir uma destas 18 fotografias a um preço simbólico é elevadíssima, e a de ouvir boa música também."
Portefólio | Patrícia Infante da Câmara
Spock
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