«Tira os calções. Sim, esses que tens vestidos por cima dos colãs azuis. Não que te fiquem mal, prefiro-te sem eles, só isso, sem dramas.
Escrevo por linhas muito tortas, sei, nos riscos dos negativos das fotos ainda por nascer, nos braços que te posiciono acima da cabeça, curvados para trás. Se nos captassem este momento, de frente um para o outro, tu com os olhos fechados, eu perdido na meticulosidade da tua imortalização, seria o suficiente para o mundo implodir de beleza. É como validarmos a existência das estrelas com o nosso olhar, tornamos real o brilho, os poemas dirigidos à lua e às cidades que gostamos de romantizar.»
Nuno Almeida
Histórias de raparigas com casacos de cabedal e braços cobertos com pulseiras
2011
Escrevo por linhas muito tortas, sei, nos riscos dos negativos das fotos ainda por nascer, nos braços que te posiciono acima da cabeça, curvados para trás. Se nos captassem este momento, de frente um para o outro, tu com os olhos fechados, eu perdido na meticulosidade da tua imortalização, seria o suficiente para o mundo implodir de beleza. É como validarmos a existência das estrelas com o nosso olhar, tornamos real o brilho, os poemas dirigidos à lua e às cidades que gostamos de romantizar.»
Nuno Almeida
Histórias de raparigas com casacos de cabedal e braços cobertos com pulseiras
2011
por linhas muito tortas
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