«Encostei-te a um bloco de pedra e pedi-lhe que te tatuasse as costas, superfície irregular, deixas cair a cabeça com pedacinhos de vida no canto dos lábios. As últimas gotas, jorram para o teu céu-da-boca. As veias, nervosas, pulsam no aperto da minha mão.
Tens um cinto preso ao pescoço e a fivela come-te a carne ao ritmo da tua respiração ofegante. Não existem testemunhas oculares, não existe ninguém para sentir a pelúcia da musicalidade dos teus cabelos a arrastar pelo chão, a pele rasgada, o tecido exposto.
Tudo o que eu sei está escondido num candeeiro sem luz, pendurado na extremidade de uma vivenda sem idade.»
Nuno Almeida
Histórias de raparigas com casacos de cabedal e braços cobertos com pulseiras
2011
Tens um cinto preso ao pescoço e a fivela come-te a carne ao ritmo da tua respiração ofegante. Não existem testemunhas oculares, não existe ninguém para sentir a pelúcia da musicalidade dos teus cabelos a arrastar pelo chão, a pele rasgada, o tecido exposto.
Tudo o que eu sei está escondido num candeeiro sem luz, pendurado na extremidade de uma vivenda sem idade.»
Nuno Almeida
Histórias de raparigas com casacos de cabedal e braços cobertos com pulseiras
2011
a serventia do caos
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