«Sem dó nem piedade, gosto assim, os joelhos a darem de si, os dedos, trauteando melodias em gestos de danças que só nós conhecemos, as mãos, cravadas na carne, entre as pernas.
É verdade que um almoço em família, um serão de cinema, ou um passeio pelos jardins em tardes primaveris, seriam mais normais de serem encarados como um sinal de que estamos com a pessoa certa, mas é quando o assalto sonoro é tanto, quando os vidros do carro ficam embaciados só com a intensidade da música e do que sentimos, quando o incómodo é tanto que já não tempos posição de estar sentados, que percebemos todo o conceito inerente à fuga dos dias.
Demónio.»
É verdade que um almoço em família, um serão de cinema, ou um passeio pelos jardins em tardes primaveris, seriam mais normais de serem encarados como um sinal de que estamos com a pessoa certa, mas é quando o assalto sonoro é tanto, quando os vidros do carro ficam embaciados só com a intensidade da música e do que sentimos, quando o incómodo é tanto que já não tempos posição de estar sentados, que percebemos todo o conceito inerente à fuga dos dias.
Demónio.»
Nuno Almeida
Os Diários de A. & P.
2011
my evil is strong
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Tem formação em multimédia, fotografia e jornalismo. Mas mais do que isso, tem mundos na cabeça e caleidoscópios de actividade criativa.
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