«Progresso, montanhas são escaladas em favor de argumentos que merecem resolução, não temos escolha, trocámos juras de inadiável, promessas de união no melhor e no pior, cada um de nós com um coração irrigado por caudais de sorrisos. No entanto, há uma dor crescente, de lutas que perduram, crianças, obrigadas a crescer nas trincheiras de realidade, são divididas por razões indignas de figurar nos papéis em que são impressas, cabeça deitada, olham uma vez mais para dentro com o objectivo claro de perceber que chão é este que pisam, se existe sequer a necessidade disso, de palpabilidade, de dar peso às pernas.
Há qualquer coisa de molhado nestes olhos, sei-o bem, têm-mo dito desde tenra idade, pluralidade, vários, de instantes, de minutos contados ao pormenor, repentinos, uma luta interna, gestos sedentos de pausas, não há muito para perceber, a ponte está mesmo ali, com pedras bem colocadas e manuseadas, certamente, com precisão. Tenho dias em que decido sentar-me a descobrir o horizonte, outros, decido saltar e perceber quão fundos são os alicerces. Não existem abismos impossíveis.»
Nuno Almeida
O Livro Dos Cisnes Negros
2011
Há qualquer coisa de molhado nestes olhos, sei-o bem, têm-mo dito desde tenra idade, pluralidade, vários, de instantes, de minutos contados ao pormenor, repentinos, uma luta interna, gestos sedentos de pausas, não há muito para perceber, a ponte está mesmo ali, com pedras bem colocadas e manuseadas, certamente, com precisão. Tenho dias em que decido sentar-me a descobrir o horizonte, outros, decido saltar e perceber quão fundos são os alicerces. Não existem abismos impossíveis.»
Nuno Almeida
O Livro Dos Cisnes Negros
2011
to laugh at nothing
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