Mark Burgess - View From a Hill: The Chameleons UK | Diário 3

A morte de Ian Curtis, vocalista dos Joy Division e falecido aos 23 anos de idade por suicídio, é uma história sobejamente conhecida. Ainda assim, por mais que seja contada, parece exercer um fascínio contínuo no receptor e causar um sentimento de tristeza incomodativo, daqueles que nos levam ao silêncio sem tecermos algum comentário. Aconteceu assim com o filme Control de Anton Corbijn, como em 24 Hours Party People e noutras ocasiões.

Com a fúria e histeria em redor do movimento punk a desaparecer gradualmente no final dos anos 70, é curioso observarmos essa transição na vivência de Mark Burgess. Os conflitos e lutas nas ruas, a descriminação sofrida por se gostar de algo considerado diferente e ofensivo perante o sistema instituído, os comportamentos consequentes a deverem pouco ao irracional, os cortes de cabelo espalhafatosos com roupa a condizer, a magia de acreditarmos que estamos a fazer parte de algo maior. Tudo isso e mais transparece nas páginas deste livro, gradualmente, até chegarmos à formação dos Chameleons um pouco mais tarde. Também não deixa de ser verdade que nos identificamos com parte disto porque o vivemos, ou porque sabemos o que é a inocência própria da idade, maravilhados com a mais pequena novidade e embevecidos com o sonho de mudarmos o mundo.

Seguindo este raciocínio, não deverá ser difícil perceber o quão fascinante poderá ter sido, para um jovem, assistir a um concerto dos Joy Division em vida, ou a hipótese de trocar umas palavras com Ian Curtis antes da sua morte.

Do punk para o pós-punk, nomes familiares com bandas que não nos são estranhas, e quando o leitor percebe que está a entrar num dos períodos mais férteis da história da música, isso acontece com uma naturalidade e fluidez típica dos relógios que deixam de marcar o tempo.

Site oficial: http://www.chameleonsbook.com
Amazon: http://www.amazon.co.uk/View-Hill-Chameleons-Mark-Burgess/dp/0978765117

4 comentar

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10 fevereiro, 2011 22:30 ×

Certamente que o desaparecimento de Curtis, ainda me toca todos os anos de maneira sentida e de revolta ao mesmo tempo, sinto todo o pulsar de vida de Ian e o desaparecer num àpice.A vida continua cruel para as pessoas boas!
Ainda ao visionar o Control, naquela parte final, quando inicia o "Atmosphere", não resisto.

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10 fevereiro, 2011 23:05 ×

É curioso como apesar de já conhecermos a história e o que vai acontecer, essa cena no Control consegue tocar-nos sempre, além da música em si, que parece remeter para esse momento, mesmo quando ouvida noutros contextos.

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11 fevereiro, 2011 23:58 ×

Sim e é algo que ficará para sempre, então essa musica, sempre que a oiço, fico diferente e os meus sentidos, ficam diferentes, frageis e tudo o mais, é algo que descontrola!.

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12 fevereiro, 2011 00:23 ×

é difícil não a associarmos à morte dele, entre essa e a 'the eternal', nem sei.

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