"Este caminho é tão estranho, tão tão estranho. Sentada ao lado da minha gata, observo casais a darem vida aos cortinados de janelas distantes, acendo um cigarro e vou deixando que o fumo me leve com ele. Aquelas pernas são agora as minhas, aqueles braços, o suor, as dobras na roupa que vai caindo pelo chão, os músculos tensos, delicioso.
Tenho em mim a melancolia do mundo, isso é que é a verdade, rejeitada por quem não quer ver e sente o incómodo de poder ter mais uma coisinha com que se preocupar no seu dia-a-dia. Azar, não podemos estar sempre contentes e com um sorriso na cara e eu, neste momento, não estou nada, mas nada, contente. No entanto, este cigarro conforta-me, o bom cinema conforta-me, o vinho conforta-me, a música conforta-me, o chão gasto por danças neuróticas conforta-me, perder-me, conforta-me.
Vamos para dentro bichano, já chega disto."
Nuno Almeida, Ecos de Gravidade, 2010
Tenho em mim a melancolia do mundo, isso é que é a verdade, rejeitada por quem não quer ver e sente o incómodo de poder ter mais uma coisinha com que se preocupar no seu dia-a-dia. Azar, não podemos estar sempre contentes e com um sorriso na cara e eu, neste momento, não estou nada, mas nada, contente. No entanto, este cigarro conforta-me, o bom cinema conforta-me, o vinho conforta-me, a música conforta-me, o chão gasto por danças neuróticas conforta-me, perder-me, conforta-me.
Vamos para dentro bichano, já chega disto."
Nuno Almeida, Ecos de Gravidade, 2010
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Click here for comentarNice e com essa musica, enfim...
ReplyÉ das que mais gosto deles e inspira-me sempre. :)
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