Esta forma de Ser

Languidamente, encho-te o peito de ar. Sentes?

Lábios encostados aos teus, a vida entra-te pelos canais internos e apresta-se a fazer explodir os órgãos num processo de implosão gradual, sopro a sopro, à medida que a tua pele ganha cor e perde os arrepios de outrora.

É nesta forma de partir, quando os reencontros e as descobertas acontecem nos momentos mais errados, que reside toda a essência deste nada, o nosso, que já deixou de o ser, fazendo agora parte dos rumores e histórias que nos inventam a cada palavra que pareça familiar ao ouvido. Chega a ser triste até, esta forma de não ser.

Nuno Almeida, Ecos de Gravidade, 2010

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elsafer
admin
05 junho, 2010 08:27 ×

as vivências são um pouco de nós , ficam no nosso cheiro ...

:)

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