Interrogação

"Serias capaz de me amar no corpo de outra pessoa?"

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elsafer
admin
03 julho, 2009 14:44 ×

boa questão ... mas não me parece possível , estaria a me enganar ... isso não é amar ...

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03 julho, 2009 15:10 ×

Talvez, é um ponto de vista. :)

Curiosamente, e sem estar a pensar nisso na altura, numa discussão sobre este pensamento veio em conversa o filme 'Breaking the Waves' do Lars von Trier, que é uma das visões que se pode ter sobre isto.

http://www.youtube.com/watch?v=b_3Nio8P5gQ

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03 julho, 2009 15:19 ×

Essa questão fez-me lembrar o filme 'Face Off' com o grande Nicolas Cage..

Tirando a parte mais poética da coisa, acho que a frase tem muito que se lhe diga.

É como uma pessoa apaixonar-se por alguém e de repente esse alguém ter um acidente e ficar queimado.. desfigurado.
Continuarias a amar essa pessoa?
O corpo seria outro... mas a pessoa continuaria a ser a 'mesma', dentro dele.

**

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03 julho, 2009 15:28 ×

Ou por alguma razão, imaginemos que não se podia estar no momento com a pessoa que se ama, estando-se impossibilitados de o fazer por diversos motivos. Projectar-se esse amor noutra pessoa, apenas no corpo e parte física, imaginando que se está ali com quem ama verdadeiramente.

Ou podíamos entrar no campo do voyeurismo e fetiche, em que uma pessoa gosta de observar a outra pessoa a fazer amor com alguém, ou a pessoa que está connosco fazer isso por amor.

Ou, estar-se a fazer amor, sexo, o que lhe quiserem chamar..., com uma pessoa enquanto se está a pensar e a ter uma imagem de estarmos com quem amamos. Estaríamos aí a fazer amor com aquele corpo físico do momento, ou com quem amamos e estaríamos a pensar e projectar no momento?

Enfim, várias visões diferentes, ideias, pensamentos....

:p

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03 julho, 2009 15:45 ×

Sim, é uma questão que nos leva a questões intermináveis quase..

'Projectar-se esse amor noutra pessoa, apenas no corpo e parte física, imaginando que se está ali com quem ama verdadeiramente.'...

Não deixa de ser amor, porque estás a pensar na pessoa que amas, enquanto estás com outra.

'Ou, estar-se a fazer amor, sexo, o que lhe quiserem chamar..., com uma pessoa enquanto se está a pensar e a ter uma imagem de estarmos com quem amamos. Estaríamos aí a fazer amor com aquele corpo físico do momento, ou com quem amamos e estaríamos a pensar e projectar no momento?'

Neste caso estás sem dúvida alguma a fazer amor não com o corpo que ali tens, mas com a pessoa que tens na mente.

Só que invés de utilizares outros meios (mãos, objectos, o que quer que seja), estás a utilizar outro corpo, que passa ele também a ser um objecto...

Questão complicada. :)

**

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Anna Molly
admin
03 julho, 2009 18:48 ×

Temos tertúlia? :p

Hum... Também podemos remeter para o facto de por vezes haver um padrão em relação às paixões. Ou seja, apaixonarmo-nos por pessoas com carácter, interesses, formas de estar na vida muito idêntico. (é quase como um :"I'll find another you")

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03 julho, 2009 21:32 ×

hmm sim, e quereres projectar isso depois em pessoas que não as têm mas que gostarias que tivessem? Numa onda de cenas destrutivas?

Parece que temos tertúlia sim. :p Acaba por ser uma discussão interessante. :)

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Mia Wallace
admin
03 julho, 2009 21:45 ×

Uuuh...essas duas questões não me tinham passado pela cabeça!

E é um pouco assustador pensar que há quem possa ter essa atitude. :s

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03 julho, 2009 21:51 ×

Certas 'realidades' podem ser cruas e assustadoras. :D

Mas acaba por ter a sua piada falar-se delas, descobrir vários pontos de vista sobre diversos temas, mesmo que não seja nosso hábito vive-las na pele. :)

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03 julho, 2009 23:29 ×

Li e não posso deixar de comentar:

'Também podemos remeter para o facto de por vezes haver um padrão em relação às paixões. Ou seja, apaixonarmo-nos por pessoas com carácter, interesses, formas de estar na vida muito idêntico. (é quase como um :"I'll find another you")'

Esse padrão de que falas Soya, normalmente somos nós que o criamos e somos nós que o procuramos. Ele nunca surge por mero acaso, mesmo que pensemos que sim.

A maior parte das vezes o 'padrão' surge de forma inconsciente, outras vezes de forma bem consciente.

Isto acontece por muitas vezes sentirmos ser mais fácil lidarmos com algo que já nos é familiar, para fugirmos do peso de nos aventurarmos com algo mais desconhecido.
Ou ainda por termos gostado tanto de viver determinada 'coisa' que a nossa vontade é fazê-la acontecer de novo.

O querer depois projectar formas particulares de ser no outro (como diz o Azel) pode ser algo de destrutivo (como muito bem dizes), para ambas as partes, mas ao mesmo tempo é compreensível o porquê de o fazer.

Mas agora acho que já estou a fugir um bocadinho ao tema. :)

De qualquer forma apeteceu-me comentar. :)

Enfim. :)

**

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Anna Molly
admin
04 julho, 2009 00:20 ×

:)

"ISto" acompanhado de uma Tango fresquinha e docinha dava um belo serão! :)

Concordo contigo lil... :)

Portanto(para mim): Impossível amar tipo X no corpo Y. Porque somos mais que um corpo(mesmo que envelhecido, mesmo que desfigurado), somos todo um conjunto de caracteristicas que nos tornam ùnicos, por vezes especiais aos olhos de uns, ou meramente dispensáveis/transparentes/comuns aos olhos de outros.

Bisous.

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04 julho, 2009 01:22 ×

Sim, somos muito mais que um corpo sem dúvida.

Somos uma mente que nos faz pensar, somos pensamentos que nos fazem sentir, somos sentimentos que nos fazem agir desta ou daquela forma. :)

Voltando à questão que nos trouxe até aqui, '"Serias capaz de me amar no corpo de outra pessoa?"

Falando em termos pessoais sinceramente não sei.
Mas imaginando quem o faça, acho que não deixa de ser amor, até porque cada um de nós tem uma forma diferente de sentir o que é isso de amar.

Apesar de soar um pouco doentio, teoricamente também consegue ter algo de terno e até mesmo de lealdade para com o 'outro'.. :p

Tudo o que envolve sentimentos varia muito de pessoa para pessoa. :)

[Venha daí a tango e uma tigelinha de leite morno para o Charly e para a Lolita se faz favor!] :D

**

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elsafer
admin
04 julho, 2009 16:14 ×

" Não te chamo par te conhecer
Eu quero abrir os braços e sentir-te
Como a vela de um barco sente o vento

Não te cahmo para te conhecer
Conheço tudo á força de não ser

Peço-te que venhas e me dês
Um pouco de ti mesmo onde eu habito"

Sophia de Mello Breyner Anderson

... só em ti eu reconheço essas marcas do teu corpo, mais nenhum eu amaria da mesma forma ...

cada corpo , cada marca

Bj a todos ... gostei do que vim ler

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04 julho, 2009 16:23 ×

Gosto muito muito do que a Sophia de Mello Breyner escreve. Ainda tenho por aqui alguns livros dela que recordo com carinho.

Mais um pouco e estaríamos todos(as) num café a ter esta conversa heheh. Realmente tem sido engraçada a forma como ela se proporcionou.

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