Budapeste: novas manifestações


Esta semana marca o regresso às aulas no ensino superior na Hungria e, com ele, dei por mim no meio de mais algumas manifestações relacionadas com esse tema, mas já lá iremos. Longe de ser apenas um país com uma história rica e cidades bonitas como poderá parecer por alguns dos posts/fotografias que tenho partilhado aqui ou no facebook, actualmente vive-se um período social conturbado na Hungria. Para terem uma ideia, o ordenado mínimo em 2012 era 93.000 HUF, o que equivale sensivelmente a 319€ e gradualmente podemos dizer que o custo de vida não é assim tão diferente do de Portugal.

Sendo assim e voltando ao assunto de abertura, no dia 11 de Fevereiro ocorreram várias manifestações de estudantes. Além dos protestos na rua, ocorreram também ocupações de universidades e era normal vermos pessoas a entrar em salas de aulas a pedirem para os alunos se juntarem a elas. Em causa estão algumas alterações à Constituição e leis polémicas, em particular a diminuição de vagas nas Universidades Públicas, a redução do número de bolsas subsidiadas pelo Estado e, principalmente, a introdução de propinas que podem atingir €1150 por semestre e os contratos que obrigam os bolseiros pagos pelo Estado a permanecer na Hungria durante vários anos depois de terminarem os estudos.


Como se isso não bastasse, neste mesmo dia juntaram-se aos estudantes na rua milhares de pessoas a protestar contra a miséria que assola parte do país e contra outras políticas do actual Governo. A lei que obriga os desempregados e cidadãos inactivos a efectuar trabalhos comunitários em condições degradantes era apenas uma delas. Os protestos iriam culminar no Parlamento, em Budapeste, mas antes disso fui encontrando vários pólos convergentes.

Tal como aconteceu anteriormente, a minha presença no local foi um acaso. Ainda não conhecemos bem a realidade do país e o não entendermos a língua não ajuda a perceber quando é que está planeado algo deste género. De qualquer modo, quando percebi que algo estava a acontecer decidi registar parte do momento com a parca bateria que me restava na máquina e fui investigar depois os motivos dos protestos que descrevo nos parágrafos anteriores.