Diálogos do Infinito

"Uma tendência para o hipnotismo, para nos deixar os sentidos com uma sensação de surdina quando gritamos de dentro para fora, quando decidimos não guardar para nós os elementos que nos movem. O fogo que desintegra tudo à sua volta, a água que nos desfaz em pedaços, o vento que nos leva com ele até onde as fronteiras deixam de colidir, a terra que gostamos de cheirar e que nos traz de volta a casa.

Assim que vires as imagens do que falo, saberás que estou a falar para ti e o sangue, oh o sangue, esse, é o bailado último, dos corpos a levitarem até ao impossível."

Nuno Almeida, Ecos de Gravidade, 2010