01. Acceleration Group
02. Hand Of Love
03. Barria Alta
04. Kinetic
05. Iron Years
06. Prove Me Wrong
07. Shot Up And Shut Down
08. Web Of Wicked Ways
09. I Give You Pain
10. You've Got A Way
Banda de culto aqui por estes lados, este álbum dos The Sound tem algumas histórias por trás dele. Em primeiro lugar acabaria por ser o último álbum que iriam gravar, em segundo temos que, para os membros da banda, este seria o seu disco favorito pessoal, e em terceiro que é o único álbum do catálogo da banda que não foi reeditado nem remasterizado pela Renascent devido a problemas legais, o que o tornam um disco cada vez mais complicado de ver à venda nos tempos que correm.
Foi precisamente numa das minhas habituais incursões às lojas CARBONO, neste caso a de Lisboa, que acabaria por o encontrar à venda na secção dos usados.
Se "From The Lion’s Mouth" na altura em que saiu (1981) acabaria por se tornar o álbum da vida de muito boa gente, o resto do catálogo da banda tem mais pérolas a descobrir, mesmo com o processo sempre difícil da banda seguir esse álbum mítico, e para nós no papel de fãs e ouvintes de nos distanciarmos do mesmo.
Quando arranjei finalmente o CD de Thunder Up, já tinham passados vários anos desde que o ouvi sabe-se lá onde, na volta em vinil na casa de alguém ou via MP3 algures, não faço ideia. Chegado a casa foi começar o processo religioso de ligar a aparelhagem e preparar um certo ambiente, que costumo fazer apenas em algumas ocasiões e discos. O fds ter andado muito para o cinzento em termos climatéricos também só ajudou diga-se de passagem, como algumas pessoas que conhecem a banda devem bem perceber.
O álbum começa logo bem e com ritmo via faixa Acceleration Group, que apesar de não ser uma Winning (mas também nada o poderia ser no fundo), é uma música que acaba por ir entrando no ouvido. Mesmo assim continuava na mood do ok, isto começa bem mas ainda não estamos “lá”, o que continuaria com a faixa seguinte, a calma, melódica e agradável Hand Of Love, que a pouco e pouco entranha-se em nós, quase como que preparando o ouvinte para o que virá a seguir, notando-se que este é um disco que vai melhorando em crescendo, tal como certas músicas do álbum.
Barria Alta é uma das minhas faixas favoritas da banda e foi quase com choque, pelo esquecimento da melodia que já não ouvia há anos, que recebi os primeiros acordes. Whoa foi mesmo a expressão certa e transportou-me imediatamente para outros locais que não o meu quarto. A faixa é densa, melancólica, culminando no crescendo que explode aos três minutos quando o ritmo acelera e Adrian Borland vai repetindo a frase “We won't drop, we won't stop till we're up, in the right place”, acompanhado ao mesmo tempo pelo tal ritmo e uma melodia de sintetizador viciante. Por muito que pareça exagerado e suspeito, ainda mais vindo de um fã da banda, esta faixa por si só vale o preço do álbum. Descobrir mais tarde que esta é a faixa favorita de sempre dos The Sound para Michael Dudley, baterista da banda e um dos dois membros da mesma ainda vivos, foi daquelas coisas que a tornam ainda mais especial do que já era.
Após isto, é hora de recuperarmos o fôlego, e segue-se a faixa mais acelerada do disco, Kinetic, viciante e que encaixa que nem uma luva em qualquer playlist ou sítio que se dedique a passar este tipo de som visto que o ritmo e toda a faixa tem aquele je ne sais quoi. Amanhã no dub, sexta no BB e Sábado na CARBONO de Lisboa, esta é daquelas faixas certas que poderão ouvir num desses dias.
Iron Years continua o ritmo mais rápido da faixa anterior, lembrando por vezes um cruzamento entre os Echo & The Bunnymen com os U2 de antigamente e Joy Division pelo meio, tanto pela voz como pelo sintetizador que adorna toda a faixa. Muito agradável também definitivamente, com o todo a estender-se à faixa seguinte Prove Me Wrong, altura em que sinto que este é assumidamente o meu disco favorito da banda a seguir a “Lion’s”, apesar de adorar algumas faixas de "Shock Of Daylight" e "Heads And Hearts" (reeditados juntos pela Renascent recentemente).
Shot Up And Shut Down vê-nos regressar aos ritmos mais calmos, opressivos e algo paranóicos neste caso, assim como inicia a recta final do disco, sendo daqueles casos em que mal ouvimos os primeiros momentos pensamos para nós que isto só mesmo na década de 80. Este som, a produção, totalmente típica da época e de bandas que praticavam a sonoridade a que se decidiu chamar pós-punk. Continuando nesta onda a Web of Wicked Ways continua na onda calma e opressiva, apesar de ter algo de bucólico ao mesmo tempo, seguindo-se a intensa I Give You Pain, altura em já estava bem longe do meu quarto e só me apetecia era acender paus de incenso aos montes, apesar da minha gata não atinar muito com a ideia. Esta faixa faz-nos olhar para o tecto, para as estrelas e por aí adiante, convidando à introspecção, num crescendo bruto que, tal como Barria Alta, por volta dos três minutos dispara para o auge e, neste caso, faz-me ponderar na insignificância de tanta coisa a que damos importância perante uma criação destas.
O final do disco reserva-nos You've Got A Way, que acaba em beleza um disco bastante coeso, sem dúvida o mais equilibrado da banda desde “From the Lion’s Mouth”, fazendo-me sentir as mais diversas emoções do início ao fim, ao ponto de me ter provocado uma tristeza e sensação de vazio estranha enquanto ouvia a última faixa do disco, daquelas coisas que acontecem sem dar para explicar muito bem porquê. Daquelas alturas em que até podemos estar a chorar, mas ao mesmo tempo estamos contentes por ainda cá andarmos para apreciar coisas como estas.
Para quem ler estas palavras, aconselho vivamente a descobrirem este disco caso ainda não o tenham feito. Lojas especializadas em artigos de segunda mão como as CARBONOS, promoções da CD GO, pela Internet ou whatever. A consumir e sentir obrigatoriamente, naqueles momentos e alturas certas.
02. Hand Of Love
03. Barria Alta
04. Kinetic
05. Iron Years
06. Prove Me Wrong
07. Shot Up And Shut Down
08. Web Of Wicked Ways
09. I Give You Pain
10. You've Got A Way
Banda de culto aqui por estes lados, este álbum dos The Sound tem algumas histórias por trás dele. Em primeiro lugar acabaria por ser o último álbum que iriam gravar, em segundo temos que, para os membros da banda, este seria o seu disco favorito pessoal, e em terceiro que é o único álbum do catálogo da banda que não foi reeditado nem remasterizado pela Renascent devido a problemas legais, o que o tornam um disco cada vez mais complicado de ver à venda nos tempos que correm.
Foi precisamente numa das minhas habituais incursões às lojas CARBONO, neste caso a de Lisboa, que acabaria por o encontrar à venda na secção dos usados.
Se "From The Lion’s Mouth" na altura em que saiu (1981) acabaria por se tornar o álbum da vida de muito boa gente, o resto do catálogo da banda tem mais pérolas a descobrir, mesmo com o processo sempre difícil da banda seguir esse álbum mítico, e para nós no papel de fãs e ouvintes de nos distanciarmos do mesmo.
Quando arranjei finalmente o CD de Thunder Up, já tinham passados vários anos desde que o ouvi sabe-se lá onde, na volta em vinil na casa de alguém ou via MP3 algures, não faço ideia. Chegado a casa foi começar o processo religioso de ligar a aparelhagem e preparar um certo ambiente, que costumo fazer apenas em algumas ocasiões e discos. O fds ter andado muito para o cinzento em termos climatéricos também só ajudou diga-se de passagem, como algumas pessoas que conhecem a banda devem bem perceber.
O álbum começa logo bem e com ritmo via faixa Acceleration Group, que apesar de não ser uma Winning (mas também nada o poderia ser no fundo), é uma música que acaba por ir entrando no ouvido. Mesmo assim continuava na mood do ok, isto começa bem mas ainda não estamos “lá”, o que continuaria com a faixa seguinte, a calma, melódica e agradável Hand Of Love, que a pouco e pouco entranha-se em nós, quase como que preparando o ouvinte para o que virá a seguir, notando-se que este é um disco que vai melhorando em crescendo, tal como certas músicas do álbum.
Barria Alta é uma das minhas faixas favoritas da banda e foi quase com choque, pelo esquecimento da melodia que já não ouvia há anos, que recebi os primeiros acordes. Whoa foi mesmo a expressão certa e transportou-me imediatamente para outros locais que não o meu quarto. A faixa é densa, melancólica, culminando no crescendo que explode aos três minutos quando o ritmo acelera e Adrian Borland vai repetindo a frase “We won't drop, we won't stop till we're up, in the right place”, acompanhado ao mesmo tempo pelo tal ritmo e uma melodia de sintetizador viciante. Por muito que pareça exagerado e suspeito, ainda mais vindo de um fã da banda, esta faixa por si só vale o preço do álbum. Descobrir mais tarde que esta é a faixa favorita de sempre dos The Sound para Michael Dudley, baterista da banda e um dos dois membros da mesma ainda vivos, foi daquelas coisas que a tornam ainda mais especial do que já era.
Após isto, é hora de recuperarmos o fôlego, e segue-se a faixa mais acelerada do disco, Kinetic, viciante e que encaixa que nem uma luva em qualquer playlist ou sítio que se dedique a passar este tipo de som visto que o ritmo e toda a faixa tem aquele je ne sais quoi. Amanhã no dub, sexta no BB e Sábado na CARBONO de Lisboa, esta é daquelas faixas certas que poderão ouvir num desses dias.
Iron Years continua o ritmo mais rápido da faixa anterior, lembrando por vezes um cruzamento entre os Echo & The Bunnymen com os U2 de antigamente e Joy Division pelo meio, tanto pela voz como pelo sintetizador que adorna toda a faixa. Muito agradável também definitivamente, com o todo a estender-se à faixa seguinte Prove Me Wrong, altura em que sinto que este é assumidamente o meu disco favorito da banda a seguir a “Lion’s”, apesar de adorar algumas faixas de "Shock Of Daylight" e "Heads And Hearts" (reeditados juntos pela Renascent recentemente).
Shot Up And Shut Down vê-nos regressar aos ritmos mais calmos, opressivos e algo paranóicos neste caso, assim como inicia a recta final do disco, sendo daqueles casos em que mal ouvimos os primeiros momentos pensamos para nós que isto só mesmo na década de 80. Este som, a produção, totalmente típica da época e de bandas que praticavam a sonoridade a que se decidiu chamar pós-punk. Continuando nesta onda a Web of Wicked Ways continua na onda calma e opressiva, apesar de ter algo de bucólico ao mesmo tempo, seguindo-se a intensa I Give You Pain, altura em já estava bem longe do meu quarto e só me apetecia era acender paus de incenso aos montes, apesar da minha gata não atinar muito com a ideia. Esta faixa faz-nos olhar para o tecto, para as estrelas e por aí adiante, convidando à introspecção, num crescendo bruto que, tal como Barria Alta, por volta dos três minutos dispara para o auge e, neste caso, faz-me ponderar na insignificância de tanta coisa a que damos importância perante uma criação destas.
O final do disco reserva-nos You've Got A Way, que acaba em beleza um disco bastante coeso, sem dúvida o mais equilibrado da banda desde “From the Lion’s Mouth”, fazendo-me sentir as mais diversas emoções do início ao fim, ao ponto de me ter provocado uma tristeza e sensação de vazio estranha enquanto ouvia a última faixa do disco, daquelas coisas que acontecem sem dar para explicar muito bem porquê. Daquelas alturas em que até podemos estar a chorar, mas ao mesmo tempo estamos contentes por ainda cá andarmos para apreciar coisas como estas.
Para quem ler estas palavras, aconselho vivamente a descobrirem este disco caso ainda não o tenham feito. Lojas especializadas em artigos de segunda mão como as CARBONOS, promoções da CD GO, pela Internet ou whatever. A consumir e sentir obrigatoriamente, naqueles momentos e alturas certas.
6 comentar
Click here for comentarBanda fenómeno... Tenho 3 albuns em CD que arranjei na FNAC...
Replyhttp://www.renascent.co.uk/#
Ella
Ya, também comprei lá as reedições dos outros álbuns deles. :)
ReplyInfelizmente este album é o único dos The Sound que não foi reeditado pela Renascent pelos tais problemas legais. :(
A faixa Barria Alta é das melhores que a banda alguma vez gravou. faz uma pessoa arrepiar-se.
Viste isto?
Replyhttp://www.fabchannel.com/the_sound_of_adrian_borland
Ella
Tinha visto partes apenas. :)
ReplyGosto da Sense of Purpose cantada pelo Mark Burgess dos Chameleons. Mistura de nostalgia pela junção das pessoas em si, como pela versão, próxima da original.
Many hx pelo link. Isto era daqueles concertos que havia de ter sido muito curioso de assistir no momento, ainda mais no Paradiso. :)
Tou agora a ouvir a versão da Silent Air, outra das faixas deles que arrepia. Muito nice a versão.
Ver se arranjo tempo para meter a radio aqui a funcionar again, probably com a faixa Barria Alta deste álbum depois de uma outra, já que continuo viciado na música. :)
:) adoro estes revivalismos... só é pena que pérolas destas só lá fora (por oposição a cá dentro)... enfim...
ReplyE depois há esta mania destas bandas/meninos prodigio que têm a mania de se cansar de brincar a isto...
Não sei se consigo identificar músicas preferidas em relação aos The Sound...
Gostava tanto de ter podido um dia ouvir o Ian Curtis cantar o New Dawn Fades....
A loaded gun wont set you free.
E.
Weird, não recebi aviso sobre o ter recebido o último comment. Deve ter marado o mail.
ReplyPor acaso a cena das músicas favoritas em relação aos The Sound também o sinto com os Joy Division e os The Chameleons, entre outras bandas. Há sempre algumas faixas que adoro sempre, mas há outras que conforme o dia podem ser a nossa banda sonora pessoal. Essa de Joy Division é uma delas, que me faz lembrar que há muito que não a passo. Ver se mudo isso.
Começar a voltar aos updates do site após um período meio marado. A "radio" já está de volta, e com ela a presença da tal Barria Alta dos The Sound. :p
Um dos CDs a falar mais tarde de certeza será o novo dos Piano Magic, que é daquelas bandas que vai-se tornando de culto aos poucos por aqui.
"The city empties out
I live inside the shadow
the shadow of a doubt"
:)
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