Detroit Metal City: Uma sátira bizarra ao mundo da música

OVA (Anime)
2008

12 episódios

Obras semelhantes, ou para os apreciadores de:
Legend of Black Heaven, Beck, Great Teacher Onizuka, Ebichu, Nodame Cantabile, Sayonara Zetsubou Sensei











Algumas das minhas reacções quando comecei a ver esta série hilariante, que prima por um humor negro corrosivo delicioso e absurdo, não são próprias para descrever neste espaço. Detroit Metal City é uma sátira muito bem disposta a alguns géneros musicais, o que requer uma disposição particular e que não levemos isto muito a sério. É um caso típico que ou se gosta, ou não.



A história segue as aventuras de Soichi Negishi, que após o término dos estudos procura alcançar o sonho de ser um músico de sucesso a praticar indie pop sueco, mas que acaba como vocalista de uma banda de death metal. A premissa é assim, bizarra, e consoante a série avança as gargalhadas aumentam por vermos a ascensão meteórica da banda e o fanatismo dos seus fãs, que acreditam nas mais mirabolantes lendas à volta dos seus ídolos. Pelo meio podem ver duelos entre eles e bandas indie, de punk rock e de black metal, entre outras, sendo difícil não esboçar largos sorrisos se tivermos alguma familiaridade com os comportamentos retratados durante a série.



Soichi Negishi, que normalmente é uma pessoa muito calma e amorosa, vive diariamente o conflito interior entre seguir o seu sonho e lidar com a realidade da personagem que encarna na banda que dá nome à serie. Aí ele assume o papel do vocalista Johannes Krauser II, com uma personalidade completamente distinta e demoníaca. Nesses momentos vocifera as letras cruas da banda, que estão cheias de asneiras e profanação, e assume um comportamento animalesco em palco. Com o tempo a fama da banda vai subindo devido às suas bizarras e intensas actuações ao vivo, onde se inclui uma personagem sadomasoquista que sofre os mais determinados abusos de Krauser, denominada como o ‘the pig of capitalism’ (o porco do capitalismo).


O tipo de humor e estilo da série não é definitivamente para todos
A animação, a cargo dos estúdios 4°C, é no mínimo peculiar também. Se atendermos ao historial da companhia, responsável por inúmeras curtas-metragens, séries e filmes que primam pela originalidade visual, não é de espantar. Seguindo o estilo da manga original de onde provém esta adaptação anime, o todo assemelha-se a um conjunto de painéis que se vão intercalando, como se estivéssemos a folhear as páginas dos livros da manga. Isto cria um efeito deveras engraçado, se bem que a início pode custar a habituar.



O tipo de humor e estilo da série não é definitivamente para todos, o que é um dos pontos a considerar antes de investirem nela. A história em si, que não termina no último episódio, é outro factor a ponderar porque não se sabe se no futuro iremos ter algum tipo de continuação. Por agora não ficamos a saber como Soichi Negishi foi parar aos Detroit Metal City por exemplo, nem o destino destes após alcançarem os primeiros lugares das tabelas de música alternativas, ou o desenvolvimento dos problemas sociais e amorosos da personagem devido à vida dupla que leva. Fora isto, nem sempre o referido humor e diversas piadas são bem sucedidas, especialmente após o meio da série. Nessa altura a obra perde um pouco do seu fulgor e algumas das situações tornam-se um pouco repetitivas devido à sua semelhança com outras anteriores.



Mesmo com algumas imperfeições, Detroit Metal City vale bem a pena. Com uma duração de cerca de 10 minutos por cada episódio, a série vê-se num ápice e é uma experiência algo diferente da norma que proporciona excelentes momentos de boa disposição.