Budapeste: a estranha velocidade dos relógios e do tempo


Budapeste parece ter uma estranha relação com o tempo, olhamos para o relógio e não percebemos onde foram parar as horas. A luz do dia desaparece rapidamente nas noites, que por sua vez se perdem nas madrugadas de trabalho e do aconchego dos lençóis.

Às seis da manhã, ou ainda mais cedo, a vida já corre com intensidade nas veias do coração da cidade. O ritmo é alucinante, avenidas largas cheias de carros, transportes públicos, bicicletas, as pessoas que enchem as estações de metro e que caminham a passo rápido para inúmeros destinos. O fluxo deste respirar é alto, muito alto, depressa percebemos que apesar de não estarmos habituados ele nos fazia falta, dá-nos uma outra mobilidade e sentimos que estamos mais activos, vivos, como se aos poucos estas artérias fossem um prolongamento de nós que estava adormecido por um torpor estranho e nocivo.