O invisível


«É uma dicotomia, a que nos é apresentada quando contemplamos o sublime, o magnifico do silêncio, do conforto de ouvirmos a nossa voz sem receio. Não há muito que resista a isso, o mundo torna-se ainda mais pálido.

Esta busca incessante por esse estado permanente, de abraçar a fragilidade oferecida por algo que nos molhe a pele, não é compatível com rotinas maquinais de asfixia. São os dilemas da vida, sustentar o percurso normal da sociedade, ou inebriar o corpo e a mente com a melancolia solitária da miséria económica, mas rica em humanidade.

Há dedilhares de pianos que nos procuram na noite para nos oferecerem respostas pela manhã, sei bem disso, o invisível que sou assim o determina. Um inútil para os olhos da razão.»

Nuno Almeida
Textos Soltos

2012