Histórias da lua: Poesia em Sintra


O Café Saudade, em Sintra, encheu-se ontem de gente para o lançamento do novo número do jornal ‘Selene – Culturas de Sintra’. Confesso que não fazia a mínima ideia ao que ia e que a minha presença era motivada por beber um chá num dos locais mais simpáticos da zona, mas perante tal inusitada surpresa com o que se passou vi-me como que obrigado a escrever umas poucas palavras.

Um serão animado por uma tertúlia poética, com vários autores e pessoas a contribuírem de maneira positiva. Houve quem cantasse, quem lesse e quem até enveredasse pelo caminho da performance, por sinal um dos momentos que mais me tocaram.

Depois dos eventos associados às ‘Novas Cartas Portuguesas’, ontem senti novamente um pulsar nos caminhos da poesia, um misto de admiração e surpresa que me deu um novo alento e esperança no que toca a iniciativas deste género, mesmo que estas aconteçam na periferia da visibilidade como tem sido norma. Dá-se primazia ao conteúdo e não à forma, ao contacto e à partilha. Falou-se de Sintra, de tempos difíceis de outrora que nunca deixarem de o ser, de nós, tão pequeninos neste multiverso de criações e devaneios. E sorrimos, no final, com apertos de mão e palavras trocadas em silêncio.