As aventuras e desventuras de um grupo de alienígenas na cidade de Lisboa


Um conceito curioso, o das pessoas que pedem apoio, que reclamam falta de feedback. Escrevo isto depois de assistir à performance do meu amigo Rodolfo no Club Rubik e após receber convites para outros eventos, de pessoas que se queixam, comigo a ponderar que até estive presente em todas as anteriores de algumas dessas pessoas, assim como de outras em que só fui perder o meu tempo e dinheiro. Mas estivemos lá.

Eu, Rodolfo, Patrícia, Teresa e Adriano, temos muito esse condão de sermos maluquinhos e ainda acreditarmos nisso, de apoiarmos sempre que possível, de seguirmos algumas pessoas, o interessante, é não verificarmos o contrário. Pessoas que não se dignam a fazer um único comentário por aqui, que nunca meteram os pés numa das nossas iniciativas. Não que da nossa parte exista sequer alguma exigência nesse sentido, de fazerem o mesmo que nós, mas poderá ser boa ideia pensarem nisso antes de andarem com queixumes e dramas. Sair do umbigo faz muito bem por vezes e contra mim próprio falo também.

Conceito curioso, também, o das pessoas que estão por detrás de vários espaços nocturnos, que nos embevecem com as suas inúmeras teorias na hora de nos deixarem fazer algo, ou de não nos deixarem diga-se, ou só depois de passarmos por vários capítulos da sua novela pessoal. Depois da referida performance e de um jantar pago como se fossemos turistas no nosso próprio país, lá tentamos ir a uns quantos sítios para descontrair, sendo de salientar que estamos a falar de um Sábado à noite, quando era já meia-noite.


Primeira tentativa, música de elevador, tela a passar uma imagem banal em loop, pedimos uma bebida, esperamos um pouco enquanto degustávamos a mesma, nada mudou, só piorou, já não consigo sequer olhar ou ter uma conversa com estas pessoas, seguimos caminho. Outro espaço, bastante conhecido por sinal, daqueles em que fazer por lá qualquer coisa pode assemelhar-se a uma tarefa hercúlea, casa vazia, música que nos fazia ponderar se estávamos no bailinho da terrinha e não no bom sentido, já que até existem aqueles que têm ritmo e dão para rir, não era o caso. Nem para bebida deu, demos meia volta.

Outro espaço, casa vazia, nem música havia praticamente, ou melhor, alguma coisa de fundo, assassinada ainda mais pela qualidade manhosa do sistema de som, já desisti de entender, perguntando-me se somos nós os tolinhos por tentarmos ainda, por até irmos aos espaços, num raciocínio que nos leva às primeiras palavras deste post, ou se os tolinhos são as pessoas que saem num registo do “porque sim, do “temos de descontrair”, semelhante a quem consome revistas cor-de-rosa escritas a metro sem qualquer critério de avaliação, que gostam de marcar presença e fazer sala em espaços que até tem pista de dança mas que se assemelham a uma rua qualquer do Bairro Alto perante esse comportamento que até devia ser proibido.


Dançar, não percebo esse conceito, nem o do quereres espaço, estou aqui a beber o meu copinho e a mandar mensagens no meio da pista através do meu sistema operativo Android, não preciso de uma razão para estar aqui, se os pássaros caem do céu, eu também posso, simplesmente, estar aqui. Esta gente devia ser arrastada no chão pelos cabelos penso eu, mandada contra a parede sem qualquer intuito sexual e acordada a estalos se até fosse uma pessoa violenta.

Sim, lá encontramos um espaço, pouco depois, onde dançámos até de manhã, onde acabamos por nos resignar que as alternativas são, inúmeras vezes, decadentes, que é preferível confiarmos numa pessoa que já conhecemos há imensos anos, totalmente alheia a modinhas e devaneios do ego, que ainda hoje nos consegue surpreender pela positiva. É que ao contrário de muitas outras pessoas, que gostam de reclamar sem mexer uma palha, dos revoltadinhos do sofá, nós ainda tentamos, ainda acreditamos que pode ser possível mudar algo e encontrar projectos e espaços nesse sentido, por isso, feitos burros, semana após semana marcamos presença em vários, mas a realidade com que deparamos é incomensuravelmente triste.

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Anónimo
admin
20 março, 2011 21:07 ×

não diria melhor...e não estou n sofá...lol

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20 março, 2011 21:14 ×

lol é o que irá acontecer um dia destes, uma pessoa resigna-se e mais vale ficar é mesmo no sofá. Menos chatices e poupa-se dinheiro pelo caminho. :p

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