Histórias de Vidros Embaciados

"Quase sem ar, recupero dos momentos antes em que trataste o meu pescoço com candura, as unhas, cravadas nos ossos a pintarem-me a pele de outra cor, cantam-me doçuras perto dos ouvidos onde os dentes encontraram refúgio. Estou apaixonada, sei, dói cá dentro, no peito, rios de saliva, não me importo nada que o meu corpo se transforme em água quando estou contigo, derreter até ao nada."

Nuno Almeida
Histórias de raparigas com casacos de cabedal e braços cobertos com pulseiras

2010