Interpretações

"Interpretações. As nossas células cinzentas têm o hábito de nos brindarem com elas, cada uma valendo o que vale, perante o que observam, lêem, escutam, o que seja. O mesmo tópico, assunto ou palavras, parece desencadear as reacções mais díspares, de um lado uma mensagem de curiosidade, de outro uma partilha sobre a minha relação libidinosa com as palavras, de outros uma vontade de me baterem, de outros, uma vontade de mais.

Não há um consenso, nem podia existir no fundo, mas hoje, depois de um café em família e com uma amiga, cheguei à conclusão que afinal, perante certas conversas e algumas dessas interpretações, que não sou assim tão transparente e isto, vale o que vale."

Nuno Almeida, Textos Soltos, 2010